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Surto de diarreia sem precedentes atinge litoral de SC e intriga especialistas

O surto de diarreia sem precedentes, que atinge Santa Catarina nesta temporada de verão, é registrado na maior parte do litoral do Estado, com exceção apenas da região sul. Oito cidades turísticas, que recebem milhares de pessoas nesta época do ano, foram surpreendidas com o aumento no número de casos da doença nas três últimas semanas. Os dados são da Diretoria de Vigilância Epidemiologista do Estado (Dive).

Florianópolis, Balneário Camboriú, Bombinhas, Navegantes, Penha, Balneário Piçarras, Porto Belo e Itapema registraram crescimento nos dados. A Capital, que decretou epidemia no início deste ano, lidera a lista com mais de 1,5 mil casos.

Ainda não há confirmação do que teria ocasionado a situação nas cidades. Segundo especialistas ouvidos pelo Diário Catarinense, a suposição é de que os causadores principais do surto de diarreia nas cidades estariam na água e alimentos contaminados por microrganismos, que com a chegada do verão se proliferam com mais facilidade.

Apesar de a diarreia ser uma doença habitual, os números das últimas semanas extrapolam os dados anteriores na mesma época do ano. Apenas a cidade de Florianópolis, hoje em epidemia de diarreia, já havia registrado situação de surto, em 2016, quando o causador principal foi o norovírus.

Surto de diarreia em SC: veja causas, sintomas e tratamento

Julimar Pivatto, natural de Blumenau, estava com amigos e família de férias em Penha, no Vale do Itajaí. Das oito pessoas que dividiam uma casa, sete tiveram sintomas de diarreia no início de 2023, duas com vômito e enjoo simultaneamente. Por esse motivo, o grupo precisou antecipar o fim da folga.

— Foram de dois a três dias com sintomas. Estávamos indo todos os dias no mar, mas tomando apenas água mineral ou filtrada para beber, cozinhar e fazer café — explica.

Gabriel Piva Pauli, paranense de férias em Florianópolis, também foi infectado. Ele e mais três amigos chegaram na Capital em 27 de dezembro e, cerca de dois dias depois, os sintomas já começaram a aparecer. Na casa, apenas ele registrou a infecção.

Já Camila França, que veio de São Paulo para a Grande Florianópolis, precisou procurar um hospital após sintomas de vômito e diarreia. Ela chegou em Governador Celso Ramos no dia 4 de janeiro e sentiu a infecção após quatro dias, quando acordou de madrugada já com vômito. Na casa dos pais com o marido, a autônoma de 25 anos precisou ficar três dias de repouso.

— Acordei lá pelas 4h e vomitei umas quatro vezes. Antes disso fiquei na praia de Governador Celso Ramos. Depois de mim, ainda meus pais e irmã também precisaram ir ao hospital — conta.

Entenda os sintomas de diarreia

Os sintomas de diarreia aguda vêm acompanhados, geralmente, de enjoo, vômito, dor na barriga e barriga distendida. Assim como sinais de desidratação: olho, boca e pele secos, febre e sintomas de desmaio.

Quando as fezes estiverem acompanhados de sangue ou muco, um médico deve ser procurado urgentemente, conforme orientam especialistas.

Transmissão

Redobrar as medidas de higiene para evitar a reinfecção
Evitar água e alimentos de origem duvidosa
Checar praias próprias para banho
Evitar aglomerações
Fazer higiene adequada
Higienizar as mãos
Manter hidratação

Conforme o médico especialista em gastroenterologia Nelson Silveira Cathcart, em casos em que a diarreia esteja acompanhada de vômito e o paciente não consegue segurar nenhum tipo de comida no estômago, é necessário que um hospital seja procurado antes que o quadro se agrave.

— Não é recomendado utilizar remédios para trancar as fezes. Se for uma infecção bacteriana, a situação pode piorar — explica.

O que não comer

Leites e derivados
Cafeína e derivados (incluindo chá verde e preto e chimarrão, por exemplo)
Alimentos gordurosos
Doces e chocolates
Bebidas gasosas e alcoólicas

(NSC total, 13/01/2023)

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