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Poluição das praias: a vergonha da temporada

Da coluna de Moacir Pereira (ND, 26/01/2023)

O novo suplemento especial do ND sobre a falta de saneamento básico em Santa Catarina e o escandaloso avanço da poluição das praias, sob o título “Balneabilidade em xeque”, retrata apenas em parte a dimensão do gravíssimo problema de saúde pública, social e econômico.

A repercussão sobre os milhares de casos de diarreia e a identificação científica pelos pesquisadores de que a causa maior estava no extravasamento do rio do Brás, entre Canasvieiras e Cachoeira do Bom Jesus, está a merecer cuidadosa análise e providências enérgicas das autoridades.

Os prejuízos de imagem são considerados irrecuperáveis. O cenário da tragédia ecológica com as águas escuras, poluídas e contaminadas revela a falta de planejamento do poder público. Quem tiver dúvidas que leia as edições do Notícias do Dia de 10 anos atrás. A poluição nas principais praias do Norte da Ilha eram provocados pelos rios do Brás e Capivari.

Descobre-se agora pela ação da Prefeitura de Florianópolis que os canais extravasores do rio do Brás, que desaguam no rio Papaquara, estavam completamente assoreados e não tinham manutenção desde 1987.

No mesmo rio do Brás, um simples levantamento da prefeitura também comprovou que equipamentos de despoluição, estavam inservíveis, com grande quantidade de papel nos motores. Ninguém foi responsabilizado.

O caderno especial do ND tem nas duas páginas centrais os mapas da vergonha. Nas praias de Canasvieiras, Cachoeira do Bom Jesus, Ponta das Canas e Ingleses projeta-se uma sucessão de bandeiras vermelhas. No litoral norte, outra situação execrável. Bombinhas, Porto Belo, Itapema, Balneário Camboriú e Praia Brava, não tem uma bandeira azul. Tudo poluído.

É a maior prova da incompetência geral do poder público.

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