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Floripa sem cruzeiros. Qual o motivo?

Foto Facebook

Leandro “Mané” Ferrari
Presidente da Acatmar (Associação Náutica Brasileira)

Em 2018, quando eu estava à frente da pasta Aquaviária da Secretaria de Estado de Infraestrutura, realizamos o levantamento hidrográfico de pontos onde os cruzeiros marítimos pudessem chegar e atracar com segurança em Florianópolis. Um trabalho árduo, mas essencial, apoiado pela Capitania dos Portos, por Marco Ferraz, presidente da Clia (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), e muitos outros atores. Com o auxílio da Márcia Leite, diretora de serviços da MSC Cruzeiros, trouxemos para navegar em nossas águas o experiente comandante Giuseppe Galano, para mapearmos até onde poderia de fato chegar um navio com esta magnitude em nossas baías.

Resultado: a constatação de que o ponto no qual ativo turístico poderia atracar seria à direita da Ilha do Francês, em Jurerê. Tivemos um diagnóstico em que as menores profundidades com curso seguro de saída da baía norte foram observadas em frente à praia de Jurerê, localizada na porção oeste da área de estudo, apresentando profundidades que variaram entre dez e 12 metros. A área localizada a leste, em frente à praia de Canasvieiras, apresentou entre 11 e 13,5 metros, porém muito longe da costa.

À época, trouxemos para uma escala-teste o navio MSC Preziosa, que permaneceu próximo à Ilha do Francês. Infelizmente, o deslocamento dos passageiros deste ponto até o trapiche de Canasvieiras (escolhido para o receptivo) acabou estabelecido em uma média de 30 minutos, quando o limite máximo para o conforto do público é de 20 minutos.

Durante os anos seguintes, várias possibilidades foram cogitadas, inclusive a de se criar um local de receptivo em Jurerê, por meio da iniciativa privada e sem custo ao município. Após longas e incansáveis reuniões, tudo acabou esbarrando na burocracia e na insegurança jurídica e, com isso, Florianópolis continua de costas para este mercado que só cresce em todo o mundo. E outros municípios colherão neste verão a melhor temporada de cruzeiro do Brasil.

Ações para dirimir essas dificuldades para novas, lucrativas e “limpas” atrações, como os cruzeiros, precisam de uma força-tarefa. O vindouro Parque e Marina Beira-Mar Norte e o ímpeto de voltarmos nosso olhar para nossas águas estão na mira desta discussão.

Precisamos avançar e entender, de uma vez por todas, o quanto a economia do mar traz de benefícios para todos, gerando emprego e renda e trazendo um mar de oportunidades.

(ND, 19/12/2022)

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