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Jardim filtrante: alternativa ao emissário submarino é descartada em Florianópolis

Da Coluna de Renato Igor (NSC, 23/11/2022)

A Casan descarta a possibilidade de implementar jardins filtrantes como sistema alternativo ao emissário submarino do Campeche. A ideia foi defendida pelo vereador Marquito (PSOL) no programa Conversas Cruzadas da CBN Floripa e pode servir para um sistema complementar, mas não para resolver integralmente o problema do esgotamento sanitário no Sul da Ilha, em Florianópolis.

A opinião é do engenheiro químico da Casan, Alexandre Trevisan.

— O sistema de jardins filtrantes funciona mais como uma estrutura de drenagem ao invés de grandes galerias para armazenar águas da chuva, é uma estrutura intermediária que alagaria e depois infiltraria para não sobrecarregar as cidades com a forte vazão. São conceitos diferentes. Nós fizemos estudos desse modelo para disposição final de tratamento de esgoto e não apontaram viabilidade. Isso pode ser bom para sistemas alternativos e pequenos. Nós já temos sistemas semelhantes de infiltração na Lagoa da Conceição e Barra da Lagoa (aspersão), este último que será ampliado. Esses sistemas mais descentralizados e menores precisam de grandes áreas e boa capacidade de infiltração, o que sempre é um desafio de achar essas áreas Pode ser solução para pequenas comunidades, mas não creio que para todo o Sul da Ilha. Pode ser um sistema complementar, mas não a solução total para a região — explicou.

O vereador Marquito defendeu os jardins filtrantes com “raízes e diferentes lagoas decantadoras” como alternativa ao polêmico emissário submarino.

O esgotamento sanitário para o Sul da Ilha é uma novela interminável. Começou como financiamento da Agência de Cooperação do Japão (JICA) para a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Rio Tavares. Houve resistência e questionamento na justiça pois não se aceitou o lançamento do efluente tratado no Rio Tavares. Obra parada, novos estudos e a indefinição sobre o projeto fizeram os japoneses desistir do projeto. Hoje, a obra está parada e cerca de 70% já foram concluídos.

Em dezembro, a Casan vai apresentar os estudos que apontam para onde deve ser lançado o efluente tratado da ETE. Esta estação atenderia cerca de 50% ou 60% do Sul da Ilha.

A estatal entende que a solução para 100% do Sul e Leste da Ilha é o emissário submarino, já em processo de licenciamento ambiental, mas sem nenhuma perspectiva de sair do papel.

É preciso também convencer a população.

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