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A Festa do Divino Espírito Santo está de volta

Na imagem uma mulher de pele branca com cabelos pretos

Na imagem uma mulher de pele branca com cabelos pretos

Lélia Pereira da Silva Nunes
Escritora e membro da ACL (Academia Catarinense de Letras)

O poeta açoriano Urbano Bettencourt, ao ler um artigo meu sobre o Espírito Santo em Santa Catarina, escreveu: “As festas do Espírito Santo no Sul do Brasil, e em particular em Santa Catarina, deixam-me sempre a sensação estranha de quem se confronta com uma realidade cultural e religiosa onde ainda é possível reconhecer o “nosso” naquilo que o tempo transformou numa outra coisa que já não nos pertence; é como se de repente descobrisse as parcelas de alma que fomos perdendo pelo mundo ou que ao mundo fomos dado a ganhar.”

Nunca esta afirmação pareceu-me tão verdadeira ao participar da abertura do Ciclo do Divino em 20 de maio e sair em cortejo ao lado das comunidades de Florianópolis e municípios vizinhos pelas ruas do centro histórico.

Sentir a alegria da nossa gente por ver “de volta com todo esplendor e fé” uma tradição que retrata o sentido de pertencer a uma herança cultural com 274 anos. Igual alegria e intensa emoção, partilhada por toda comunidade, vivenciei na belíssima 170º Festa do Espírito Santo na cidade de São José. Domingo, 5 de junho, dia de Pentecostes.

Nas margens do Atlântico Sul e do Atlântico Norte é tempo da Festa do Divino Espírito Santo, nascida da alma coletiva, fortalecida na trilha geracional pelos caminhos do Divino.

Seja no Ribeiro da Ilha ou no centro da capital, onde a Ides realiza a mais antiga celebração e pelas bordas do nosso litoral vamos descortinar mundividências em composições espaciais, iluminadas pela força da fé e das celebrações em louvor ao Divino Espírito Santo, o RG da nossa identidade cultural.

As crenças e a devoção ao Divino persistem no beijo à e na pomba do Divino que encima seu mastro, no corte de suas fitas guardadas na esperança de alcançar a graça do Espírito Santo e a bênção de seus dons. Crenças que atravessaram o tempo e gerações e que se mantém vivas dentro do mesmo espírito de partilha e fé.

Um valioso patrimônio cultural reconhecido e reverenciado que o projeto “Viva Açores, conhecer é viver” está fazendo chegar à casa dos catarinenses.

Vozes de perto ou de distantes geografias que tiveram as mais diferentes histórias de vida descobrem o sentimento de pertença e dão-se conta da confluência cultural e das infinitas similitudes.

Nos Açores é também tempo de celebrar o Dia da Região Autônoma dos Açores na próxima segunda-feira. Este ano terá a presença de “uma açorianidade com sabor catarinense ” com quase 275 anos, que faz transbordar meu coração de emoção e alegria. Obrigada Açores!

(ND, 04/06/2022)

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