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Florianópolis oferece renda para quem cuidar da sua comunidade

A cidade de Florianópolis começa a implementar um novo modelo de limpeza urbana baseado na participação dos próprios moradores dos bairros. A partir de maio, a plataforma AMA – Agentes do Meio Ambiente recebe o cadastro de pessoas interessadas em serem zeladores ambientais. Cumprindo todas as tarefas indicadas pelo aplicativo, o zelador ambiental ganha uma remuneração mensal.

Entre as atividades do zelador ambiental estão a varrição da microárea onde vive, manutenção da lixeira comunitária, recolha e destinação dos resíduos de maneira correta, desobstrução superficial das bocas de lobo, monitoramento do descarte irregular de lixo, apoio a implantação de hortas comunitárias e auxílio em iniciativas de compostagem, educação ambiental dos vizinhos e o registro e encaminhamento de demandas dos moradores.

A Gerente Técnica Operacional da Plataforma AMA em Florianópolis, Francine Efigenia Breitenbach, lembra que a inovação não concorre com os serviços de limpeza pública tradicionais. “Nosso objetivo é chegar nos bairros mais periféricos, onde nem todos os serviços estão disponíveis. O serviço de zeladoria ambiental pretende inserir o morador nos serviços de limpeza urbana. São os moradores quem conhecem a área onde vivem, são eles quem sabem as necessidades locais e podem auxiliar na melhoria das condições de saneamento local. O zelador ambiental irá fazer a limpeza do local, mas como principal atividade irá realizar a educação ambiental para integrar os vizinhos em ações sustentáveis”, afirma Francine.

Como participar e como funciona

Para participar é preciso se cadastrar no site www.cidadeama.com.br/florianopolis. Com o cadastro finalizado e aprovado, o morador recebe acesso à plataforma que organiza, monitora e orienta todas as ações ambientais executadas por cada zelador na sua área de atuação. Por meio de GPS, o percurso realizado é registrado junto com fotos e tags coletadas a cada tarefa. As informações são gerenciadas e compartilhadas com a Prefeitura Municipal de Florianópolis, que têm acesso aos dados gerados no portal de gestão. Além da fiscalização via GPS e fotos, o serviço prestado é semanalmente avaliado pelos próprios moradores da área.

Rede Social Ambiental

Desenvolvida pela empresa Smart Citizen, a Plataforma AMA usa a tecnologia de redes sociais para criar influenciadores locais em microrregiões urbanas, conectando e remunerando vizinhos para que colaborem e participem de programas de educação ambiental, limpeza e zeladoria urbana, logística reversa, fazendas urbanas, compostagem, entre outras ações. Inspirado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, o aplicativo oferece tarefas diárias, pontuações e cashback como forma de incentivar mudanças de hábitos. As ações são registradas e podem ser compartilhadas através de um feed de notícias que inspira os participantes a fazer parte da causa. O app AMA está disponível nas plataformas IOS e Android e pode ser baixado no site www.cidadeama.com.br/download-ama.

Revolução na história da limpeza pública no Brasil

Com a participação da população e uso da tecnologia, um dos serviços públicos mais antigos do Brasil começa a mudar após 146 anos. Desde 1876, o serviço de limpeza pública urbana segue sendo realizado da mesma maneira, e com os mesmos recursos, quando começou a ser prestado no Rio de Janeiro pela empresa francesa Aleixo Gary. A Zeladoria Ambiental Digital, da Plataforma AMA, acrescenta o aparelho celular ao tradicional equipamento composto pelo carrinho de lixo, vassoura e pá.

Com a chegada da Zeladoria Ambiental Digital, o morador se torna protagonista no cuidado ao meio ambiente, na limpeza das suas áreas, além de multiplicar comportamentos sustentáveis, reportar possibilidades de melhorias e fiscalizar os demais serviços públicos.

Para comprovar a eficiência do novo modelo, em Maringá, Paranaguá e Cianorte, moradores atuaram como garis em seus bairros por alguns meses. Com uma jornada de trabalho de cerca de dez horas semanais os zeladores conseguiram cobrir a mesma área de trabalho que as oito horas diárias do tradicional modelo.

Em monitoramento na rotina dos garis realizado pela Smart Citizen, constatou-se baixa produtividade na jornada de trabalho, na logística da operação e na quilometragem das rotas de serviço. Nas três cidades paranaenses monitoradas, o tempo de trabalho efetivo representou apenas 34% do total da jornada, enquanto o gasto com a logística de transporte, alimentação, distribuição de equipamentos entre outros ocupou 64% de todo o expediente.

(DeOlhoNaIlha, 02/05/2022)

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