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Meyer Filho e suas inventividades ganham painel gigante no Centro

Ernesto Meyer Filho não tinha obras de grandes proporções, mas queria ver seu trabalho exposto em um grande mural. Emocionada, Sandra Meyer Filho, herdeira do artista, viu o sonho do pai virar realidade, pelas mãos de Rodrigo Rizo.

O centro de Florianópolis tem, agora, seu sétimo grande mural e mais um homenageando uma figura histórica da cidade, a exemplo dos anteriores reverenciando o folclorista Franklin Cascaes, o poeta Cruz e Sousa e a professora Antonieta de Barros.

“Ele não imaginava esse tipo de trabalho de arte de rua, que não é da sua época. Mas estamos realizando o sonho dele e o nosso, de poder proporcionar para a cidade, o trabalho dele. É uma emoção infinita”, disse Sandra na inauguração do mural, na tarde desta terça-feira (7).

“Aqui, em Marte ou acolá, ele vai ficar muito feliz. Estamos recebendo um retorno muito carinhoso e elogioso da população. A família e a cidade estão felizes”, ressaltou.

O mural de 264 m², 33 m de altura e oito de largura está na rua Felipe Schmidt, no Edifício Florêncio Costa, conhecido como Galeria Comasa. É uma realização do Grande Baile Místico, em parceria com o Museu da Escola Catarinense, Associação FloripAmanhã e Instituto Meyer Filho.

Conta com o prêmio Elisabete Anderle de 2020, doação da Engie e apoio do Koerich. Para a obra, Rizo teve a assistência de Tuane Ferreira e produção de Victor Moraes, do Street Art Tour.

O Baile Místico, segundo Bebel Orofino, coordenadora de produção, foi criado em 2019 justamente para reverenciar os artistas que trabalharam com o universo fantástico da Ilha, a exemplo de Meyer Filho. Todo ano um artista será lembrado e a escolhida para 2022 foi Vera Sabino.

O baile de estreia homenageou Peninha e Franklin Cascaes. Em 2020, por causa da pandemia, não foi realizado. Em 2021, com a pandemia ainda presente, a alternativa foi fazer o baile estampado na parede.

“Fizemos uma parceria com esses jovens artistas do Street Art Tour, que nos trouxeram o Rizo, esse artista maravilhoso, que foi muito generoso, muito fiel, porque representou o Meyer Filho de forma magistral. Ficou lindo, maravilhoso, um presente para a cidade”, destacou Isabel.

O lançamento, segundo ela, foi um ato simbólico de entrega do mural e teve atrações como o boi de mamão, do Grupo Alivanta Meu Boi e a participação dos músicos Valdir Agostinho, Denise de Castro e Jackson Cardoso, cantando o Rancho de amor à Ilha, o hino do Baile Místico e o Galo Brigador, homenagem de Agostinho ao galo de Meyer Filho.

Com a palavra, o artista

Rodrigo Rizo, conhecido em Florianópolis pelos seus camaleões, trabalhou 30 dias na homenagem a Meyer Filho. Ele também assina o mural Natureza do Desterro e o de Cruz e Sousa. Rizo disse que a grande diferença é que, nos anteriores, não havia elementos visuais criados pelos artistas que retratou.

“No caso do Meyer Filho, alguns elementos são reproduções fiéis da obra dele. Criando meu desenho, eu tenho total responsabilidade e liberdade, posso me sentir satisfeito da forma que achar. No caso de uma reprodução, até nas falhas e distorções do traço, fiquei atento para ser fiel”, disse Rizo.

Segundo ele, foi interessante mergulhar na obra de outro artista. Para Rizo, o festival de murais na cidade é relevante em termos de arte e educação, mostrando para o público geral obras de arte com qualidade e permitindo que conheçam os homenageados.

“Virou um atrativo. Florianópolis é uma capital que está no mapa do street art mundial graças a murais dessa escala”, destacou Rizo.

Sérgio Sguario dos Reis é o síndico desde 2008 da Galeria Comasa que foi entregue em 1968 e faz parte da história da cidade. Um dos primeiros da Felipe Schmidt, atrás apenas do Dias Velho, abrigou, por exemplo, a antiga Rádio Diário da Manhã. Antes de ser edifício comercial, era residencial. Hoje, tem 146 salas e 10 lojas. Entusiasta do mural, ele elogiou a execução.

“Achei a proposta muito interessante, porque quando tinha visto a outra obra, me interessei em ter algo parecido. Quando veio o pedido, juntou uma vontade, com a oportunidade. Abracei a causa, conversei com meus conselheiros e colocamos o negócio para fazer. Quando ele mostrou o desenho, achei lindo e gostei demais do resultado”, comentou Sérgio na inauguração.

O sétimo grande mural da cidade

Victor Moraes explica que o Street Art Tour é um aplicativo para divulgação e produção de arte urbana em Florianópolis e, por isso, o grupo está envolvido nos grandes murais de Florianópolis.

“Catalogamos todas as artes urbanas da cidade. Todos esses grandes painéis estão dentro do aplicativo. Ou seja, somos uma ferramenta de fomento, difusão e criação de arte”, explicou.

Ainda segundo Moraes, qualquer artista que tenha um projeto e queira executar, pode buscar o Street para tentar tirar a ideia do papel. Sobre o painel de Meyer Filho, Moraes disse que foram cinco meses de pré-produção, um mês de produção e outro de execução.

“Depois que recebemos o ok do local, tivemos um mês de produção, para contratação de equipamento de segurança, instalação das plataformas elevatórias, compra de material. Nisso, o Rizo ficou desenvolvendo o layout e buscamos a aprovação da Comap (Comissão de Arte Pública)”, contou Moraes.

Segundo ele, as preocupações do grupo ao executar painéis com essa proporção, além de oferecer arte e beleza, é oferecer conhecimento e valorização da cultura local, o que motivou a escolha de Franklin Cascaes para o primeiro.

“Além de embelezar a cidade, essas artes têm papel de geração de cultura e interesse das pessoas. Elas agora estão buscando se inteirar, crianças que querem passear no centro para ver os grandes painéis. É muito gratificante esse reconhecimento”, disse Moraes, que também acredita no papel turístico dos painéis que embelezam Florianópolis para além das praias.

(ND, 08/12/202)

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