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Indicações geográficas de SC: um contraponto entre a padronização e a manutenção das singularidades

Muito se tem discutido sobre os movimentos gastronômicos contemporâneos e seu papel no resgate e valorização da cultura alimentar, principalmente a ancorada em recursos e ativos territoriais específicos, os quais não podem ter sua produção transferida para outros lugares com facilidade, dadas as relações complexas envolvidas na sua produção ter sua produção transferida para outros lugares com facilidade, dadas as relações complexas envolvidas na sua produção. Nesse contexto, assume destaque o movimento intitulado “Economia das Singularidades”, em que a valorização dos atributos intangíveis dos alimentos – incluindo seu território de origem – ganha destaque.

Produtos artesanais, coloniais, da roça, orgânicos, e também os diferenciados pela origem estão no centro desse movimento. E dentre esses, os territórios e seus produtos notórios associados, detentores de registro de Indicação Geográfica (IG), têm sido amplamente divulgados e estimulados em projetos e ações de desenvolvimento territorial. Porém, na prática, observa-se que essa estratégia ainda não está bem consolidada, e que apresenta inúmeras fragilidades quanto a perda das características tradicionais de alguns produtos, chamada de “dessingularização”, como apontado por alguns pesquisadores, e bem descrito no texto de Niederle & Wesz Junior (2018).

Adaptações mercadológicas desses produtos, promovidas por um ambiente dito inovador, estimulado por um registro de IG, têm levado a perda de atributos de tipicidade, tornando-os similares a maioria dos produtos encontrados no mercado. Assim, as bases competitivas desses produtos passam a ser preço, e não um diferencial autêntico, o que pode impactar numa competitividade territorial decrescente. Exemplos trazidos das IGs de Santa Catarina corroboram esse cenário, e trazem um alerta aos expertos da área.

(Confira a matéria completa em Observatório da Gastronomia, 30/11/2021)

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