Museu Victor Meirelles (Ibram/Secult/MTur) oferece gratuitamente dois minicursos e três oficinas educativas voltadas para o público adulto em geral. Os temas abordados serão a arte brasileira contemporânea, a arte brasileira oitocentista, o lúdico no ensino de arte, práticas inclusivas em espaços culturais e a tecnologia na produção de arte contemporânea. As atividades são online e acontecem no final de novembro e em dezembro de 2021 na plataforma Zoom. As vagas são limitadas e exigem inscrição prévia nos links indicados na programação abaixo. Todos os participantes receberão certificado.
A primeira oficina, “Práticas Inclusivas em Espaços Culturais”, ocorre nos dias 29 de novembro e 06 de dezembro, das 18h às 21h30min. Será ministrada pela professora doutora Maria Cristina, que atua no departamento de Artes Visuais do Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). O objetivo é refletir sobre a participação de portadores de necessidades especiais e pessoas que encontram pouco espaço nas instituições culturais. Deste modo, pretende-se abordar os principais temas sobre acessibilidade e inclusão, bem como a necessidade de produção de materiais para qualificar a mediação em espaços inclusivos.
A segunda oficina, “O Lúdico como ferramenta de ensino da arte”, acontece nos dias 1º e 02 de dezembro, das 18h às 21h30min. O professor, artista e pesquisador Denilson Antonio, que atuou como coordenador do setor educativo do Museu Hassis (Florianópolis, SC), propõe discutir o tema do lúdico no ensino da arte e a sua importância na educação museal e em projetos educativos. Por meio de relatos de experiência, a oficina pretende abordar de forma prática o uso de jogos e brincadeiras em ações educativas.
Em seguida, o minicurso “Arte Brasileira Oitocentista em Perspectiva: Victor Meirelles, Pedro Américo e a questão da formação da identidade nacional” será promovido nos dias 03, 10 e 17 de dezembro, das 18h às 21h30min. As aulas sobre história e crítica de arte serão teóricas e com foco nos artistas oitocentistas Victor Meirelles e Pedro Américo. A ministrante Milena Fransolino, mestranda do programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Estadual do Paraná (Campus de Curitiba II), facilitará a compreensão da forma como se deu a tentativa de se forjar uma arte acadêmica no Brasil a partir da construção da imagem e da identidade nacional.
Já nos dias 07, 08 e 09 de dezembro, das 18h às 21h30min, o minicurso “Arte Brasileira Contemporânea em Perspectiva: Leonilson, Fayga Ostrower e Glauco Rodrigues” será conduzido por Bianca Tomaselli, artista, arquiteta e urbanista, mestre em Linguagens Visuais pela UFRJ e Doutora em Literatura pela UFSC. A proposta é realizar uma leitura crítica da produção artística e crítica dos artistas mencionados no título da atividade e que têm obras presentes no acervo do Museu Victor Meirelles, refletindo a pertinência desses debates no contemporâneo.
Por fim, a oficina “As possibilidades de uso da tecnologia na produção de arte contemporânea”, nos dias 14 e 15 de dezembro, das 18h às 21h30min, apresentará a produção em arte e tecnologia dos últimos 12 anos do ministrante Diego de los Campos, formado na Faculdade de Artes da Universidade da República (1997, Uruguai), explicando os elementos constitutivos para o funcionamento de cada obra. O artista mostrará as bases para os primeiros passos em arte e tecnologia, ensinando na prática, por meio da programação na linguagem Processing, os principais conceitos para a criação de uma arte generativa. Não é necessário conhecimento prévio em programação.
PROGRAMAÇÃO
Oficina “Práticas Inclusivas em Espaços Culturais”
Ministrante: Maria Cristina da Rosa Fonseca da Silva
Realização: 29 de novembro e 6 de dezembro, 18h às 21h30min
Inscrições:
https://doity.com.br/oficina-praticas-inclusivas-em-espacos-culturais#registration
RESUMO DO CURSO
A oficina pretende refletir sobre a participação de públicos com deficiência e demais públicos que encontram pouco espaço nas instituições culturais. Deste modo, pretende-se abordar os principais temas sobre acessibilidade e inclusão, bem como a necessidade de produção de materiais para qualificar a mediação em espaços inclusivos.
CRONOGRAMA
Aula 01
Principais problemáticas da acessibilidade em espaços culturais
Estratégias inclusivas em museus de arte.
Aula 02
A Experiência do LIFE na produção de materiais.
As caixas inclusivas: um museu que se move.
MARIA CRISTINA
A professora doutora Maria Cristina atua no departamento de Artes Visuais do Centro de Artes da Udesc. Em 2010 realizou Estágio de Pós-doutorado na Universidad de Sevilla/Espanha desenvolvendo pesquisa junto a Escola da Organización Nacional de Ciegos Espanõles. Em 2011 desenvolveu Estágio de Pós Doutoramento na Universidad Nacional Del Arte – UNA em Buenos Aires, Argentina. Desenvolveu pesquisa junto ao setor educativo do MALBA – Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires. Atua como professora do Mestrado e doutorado em Artes Visuais (PPGAV), e também no mestrado e doutorado em Educação (PPGE) e no mestrado profissional de Artes (PROFARTES/Udesc) na linha de investigação Ensino de Arte. Tem experiência na área de Educação na interface com a Arte, atuando com ênfase na formação de professores, ensino de artes e inclusão. Atualmente coordena o Projeto bilateral intitulado: Observatório da Formação de Professores no âmbito do Ensino de Arte: estudos comparados entre Brasil e Argentina – (OFPEA/BRARG) e o Laboratório Interdisciplinar de Formação de Professores – LIFE-CEART-Udesc. É autora de diferentes publicações voltadas ao público das licenciaturas em Artes Visuais. Coordenou o Projeto Educação Inclusiva em Museus – Edital Elisabete Anderle (2019).
Oficina “O Lúdico como ferramenta de ensino da arte”
Ministrante: Denilson Antonio
Realização: 1º e 02 de dezembro, 18h às 21h30min.
Inscrições:
https://doity.com.br/oficina-o-ludico-como-ferramenta-de-ensino-da-arte
RESUMO DO CURSO
A oficina pretende discutir o tema do lúdico no ensino da arte e sua importância na educação museal e em projetos educativos. Por meio de relatos de experiência, a oficina pretende abordar de forma prática o uso de jogos e brincadeiras em ações educativas.
CRONOGRAMA
Aula 01
O que é o lúdico e como pode ser trabalhado no ensino de arte – Brincar e jogar também ensina? – Abertura para debate – Intervalo – Relato de práticas educativas na educação museal com ênfase em arte. Proposta prática: Desenvolver uma dinâmica educativa baseada nas obras de Victor Meirelles.
Aula 02
Experiências lúdicas com a obra de Victor Meirelles – (resultado da oficina). Abertura para perguntas e comentários – Relato de experiência e Oficina prática envolvendo ações lúdicas com as obras do artista Hassis.
DENILSON ANTONIO
Denilson Antonio é professor, artista e pesquisador. Trabalhou no Museu Hassis como coordenador do setor educativo e educador no museu de 2010 a 2018, exercendo diversas curadorias. Foi coordenador da Rede de Educadores em Museus de Santa Catarina entre 2015 e 2019 e hoje ainda faz parte do conselho gestor. Atualmente leciona Artes aos ensinos fundamental e médio.
Minicurso “Arte Brasileira Oitocentista em Perspectiva: Victor Meirelles, Pedro Américo e a questão da formação da identidade nacional”
Ministrante: Milena Fransolino
Realização: 03, 10 e 17 de dezembro, 18h às 21h30min
Inscrições:
RESUMO DO CURSO
Minicurso teórico de história e crítica de arte, com foco nos artistas oitocentistas Victor Meirelles e Pedro Américo. Utilizando a obra destes dois artistas, este minicurso pretende propiciar aos participantes a compreensão da forma como se deu a tentativa de se forjar uma arte acadêmica no Brasil a partir da construção da imagem e da identidade nacional.
CRONOGRAMA
Aula 01
A Academia Nacional de Belas Artes e a Pintura Acadêmica Brasileira, Missão Francesa e a influência francesa na pintura brasileira, Academia Nacional de Belas Artes, afirmação de uma geração brasileira, discussão.
Aula 02
Pintura histórica e construção de identidade, programa de D. Pedro II para a renovação da imagem do Brasil a partir das artes visuais, pintura histórica e viagens ao velho mundo, análise de grandes obras, como Batalha do Avaí (1877) e o Grito do Ipiranga (1888) de Pedro Américo e Moema (1866) e Batalha dos Guararapes (1879) de Victor Meirelles. Discussão.
Aula 03
A Primeira Missa do Brasil: Memória Coletiva e Identidade, uma pintura realizada a partir da memória, a construção de uma memória coletiva a partir da pintura A Primeira Missa do Brasil, identidade nacional forjada a partir da memória, discussão e fechamento do curso.
MILENA FRANSOLINO
Milena Fransolino é mestranda do programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Estadual do Paraná – Campus de Curitiba II. Possui graduação em Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Estadual do Paraná – UNESPAR/FAP (2020) e em Desenho Industrial com habilitação em Programação Visual pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2009). É integrante (discente) do Núcleo de Artes Visuais (NAVIS). Possui pesquisa com foco em história das artes visuais do Brasil, principalmente arte de vanguarda, crítica de arte e identidade nacional.
Minicurso “Arte Brasileira Contemporânea em Perspectiva: Leonilson, Fayga Ostrower e Glauco Rodrigues”
Ministrante: Bianca Tomaselli
Realização: 7, 8 e 9 de dezembro, 18h às 21h30min
Inscrições:
RESUMO DO CURSO
A partir do desejo do Museu Meirelles em explorar o trabalho dos artistas Leonilson, Glauco Rodriguez e Fayga Ostrower (cujas obras fazer parte do acervo e da história do Museu), o curso pretende realizar uma leitura crítica da produção artística e crítica que atravessa o trabalho desses artistas, entre os anos 50 e os anos 90 e refletir a pertinência desses debates no contemporâneo. Trata-se de, a modo de Foucault, examinar a parresia, ou seja, o movimento de desconstrução, dissimulação e o afeto que se interpõe nos desenvolvimentos das vanguardas abstracionistas e da Nova Figuração no Brasil. A articulação de trabalhos assim díspares implica em explorar a dimensão do cinismo (em seu sentido de sátira tanto quanto seu sentido mais arcaico de verdade) e sua validade como estratégia estética e política frente às coerções do desenvolvimentismo, do militarismo, do mercado (leia-se liberalismo).
CRONOGRAMA
Aula 01
Fayga Ostrower: Caminhos e tropeços da abstração no Brasil. O informalismo frente à legitimação do Construtivismo. Construções e desconstruções nas relações entre a prática e o ensino: Fayga Ostrower, Lygia Pape e Anna Bella Geiger.
Aula 02
Glauco Rodrigues. A Nova Figuração no Brasil e a ditadura. Estratégias da pop-arte. Antropofagia, mercado e cinismo.
Aula 03
Leonilson. Parresia, arte e alteridade. Processos de subjetivação na arte contemporânea: Félix Gonzáles-Torres, Wolfgang Tillmans, Agripina R. Manhattan. Arte, vida e política.
METODOLOGIA
As aulas serão realizadas via plataforma de videoconferência e terão caráter expositiva-dialogada. O debate de cada sessão terá como condutor um texto-base (a ser enviado para leitura com antecedência) que complementa a parte expositiva e/ou a apresentação de uma outra atividade assíncrona proposta.
BIANCA TOMASELLI
Bianca Tomaselli é artista, arquiteta e urbanista, mestre em Linguagens Visuais (UFRJ) e Doutora em Literatura (UFSC). Atualmente é pesquisadora do grupo Hispania no Programa Internacional de Doutoramento em Estudos Literários da Faculdade de Filologia da Universidade da Coruña, Espanha, desenvolvendo uma tese sobre comunidade, vanguarda, anacronismo, imagem e política no filme Acariño Galaico de José Val del Omar.
Lecionou disciplinas de História da Arte, História e Teoria do Urbanismo, Estética e Crítica das Artes, Arte e Cultura, Desenho, Escultura, Multimeios, Instalações Multimídias, Imagem em Movimento, Artes Midiáticas e Pesquisa, nos cursos de Artes Visuais e Design da UDESC.
Realizou sua pesquisa de Doutorado com orientação do crítico Prof. Dr. Raul Antelo sobre os temas surrealismo, comunidade e território nas imagens e textos do artista espanhol José Val del Omar. Sua pesquisa foi indicada ao Prêmio Capes de Teses e premiada na Espanha com uma bolsa de pesquisa na Universidad de Granada, financiada pela Fundación Carolina, onde trabalhou como pesquisadora.
Como artista visual tem trabalhado com instalações e intervenções que lidam com os limites entre o trabalho de arte e a arquitetura dos espaços de exposição e cotidianos. Seu trabalho é amplamente reconhecido, de modo que suas obras integram o acervo de instituições públicas nacionais como Museu de Arte Contemporânea de Niterói, Fundação Nacional de Arte – RJ, Fundação Joaquim Nabuco – PE e Museu Victor Meirelles.
Oficina “As possibilidades de uso da tecnologia na produção de arte contemporânea”
Ministrante: Diego de los Campos
Realização: 14 e 15 de dezembro, 18h às 21h30min
Inscrições:
RESUMO DO CURSO
Diego de los Campos apresentará a sua produção em arte e tecnologia dos últimos doze anos, explicando os elementos constitutivos para o funcionamento de cada obra. Mostrará as bases para dar os primeiros passos em arte e tecnologia e fará com os participantes uma programação na linguagem Processing onde verão, de forma prática e didática, os principais conceitos para a criação de uma arte generativa. O curso não tem nenhum requisito de conhecimento prévio em programação.
CRONOGRAMA
Aula 01
Aula expositiva. Será abordada a experiência pessoal de Diego em arte e tecnologia, explicando como funcionam alguns trabalhos, como começar em arte e tecnologia, ferramentas básicas, stopmotion, programação, computação física, arte generativa.
Aula 02
Aula prática. Programação em Processing (ver www.processing.org), desenhando com números e coordenadas, criando algoritmos de desenho geométrico, condições lógicas e interatividade, exportando imagens, criando animações.
DIEGO DE LOS CAMPOS
(Montevidéu, 1971). Formado em 1997 na Faculdade de Artes da Universidade da República, Uruguai. Desde 1999 no Brasil, foi selecionado em salões de arte contemporânea como o de Piracicaba, Ribeirão Preto, Arte Pará e o Salão de Natal, entre outros. Em 2011 expõe individualmente no Museu Victor Meirelles “Simpatia”, exposição que virou itinerante pelo Sesc de Santa Catarina. Em 2016 expõe no Museu de Arte de Blumenau, na Sala Municipal Vichietti e no Instituto Internacional Juarez Machado a série “Antirretratos” e, no Masc, “Desenhos de um Real”, quatro mil desenhos feitos em menos de três minutos cada, para serem vendidos por um Real. Indicado ao Prêmio Pipa de 2019 e selecionado no Rumos Itaú Cultural 2020-2021. Desde 2010 forma parte do Coletivo Artístico Nacasa onde tem seu ateliê e dá cursos de arte multimídia.
https://diegodeloscampos.wordpress.com
(Museu Victor Meirelles, 18/11/2021)
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