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As expedições e caminhos de Fritz Müller na antiga Desterro

Abrangência do Estuário Fritz Müller – Foto: Câmara de Florianópolis/Divulgação

Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 26/11/2021)

O prefeito Gean Loureiro (DEM) sancionou o projeto aprovado pela Câmara de Vereadores que cria o estuário Fritz Müller, entre a Beira-Mar Norte (antiga Praia de Fora) e o manguezal do Itacorubi, uma das áreas das expedições do pesquisador que serão retratadas no livro preparado pelo geógrafo e botânico Marcelo Vieira Nascimento.

O estuário e o livro fazem parte das homenagens ao bicentenário do alemão naturalizado brasileiro, celebrado no ano que vem. Fritz Müller morou durante 11 anos na antiga Desterro (1856-1867), “um oásis para seus trabalhos científicos”, de acordo com Marcelo.

AS EXPEDIÇÕES DO ALEMÃO
Fritz Müller viveu seus primeiros quatro anos em terras brasileiras na Colônia Dr. Blumenau (1852/1856) como um verdadeiro colono, quando foi convidado pelo dirigentes da província de SC a tornar-se professor do Liceu Provincial.

Entre as aulas de matemática e história natural, ele estudava a nossa flora e fauna – com maior dedicação à marinha, principalmente da região da antiga praia de fora (hoje Beira Mar Norte) e do manguezal do rio Itacorubi – a região que foi transformada em Estuário Fritz Müller por lei municipal.

Foi nesta região que ele encontrou a razão da sua maior obra e seu único livro – “Für Darwin” ou “Para Darwin” ou ainda “Favor de Darwin” -, apesar de ter publicado 270 trabalhos científicos na Europa e no Brasil. Na obra, ele defende as teorias do livro “Origens das Espécies” na prática, descrevendo com detalhes a evolução de crustáceos (os camarões da praia de fora).

A vida científica do alemão naturalizado brasileiro era baseada na observação dos fenômenos da natureza e suas relações com o meio ambiente, com a flora e com a fauna.

E na então Província de Santa Catarina ele encontrou um material maravilhoso para os seus trabalhos tanto como professor e pesquisador/cientista da província como naturalista viajante do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

O pesquisador Marcelo Vieira Nascimento lembra que na maioria das vezes o alemão fazia suas expedições pela província caminhando a pé e descalço.

Confira abaixo a lista das “excursões científicas”de Fritz Müller:
_ Nos manguezais de São Francisco do Sul
_ Na primeira viagem da Colônia Dr. Blumenau à Nossa Senhora do Desterro
_ Na Ilha de SC: da praia de Fora ao Norte da Ilha
_ Da praia de Fora ao Leste da Ilha
_ Da Praia de Fora ao Sul da Ilha (Porto do Rio Tavares e Porto do Contrato)
_ Da praia de Fora às colônias alemãs de Teresópolis e Santa Tereza
_ Da Dr. Colônia Blumenau a mais de 30 (trinta) rios e córregos que desaguam no Rio Itajaí Açu
_ Da Colônia Dr. Blumenau, acompanhando os trabalhos de Emil Odebrecht ao planalto da Província de Santa Catarina, chegando a Curitibanos, Rio Marombas e Foz do Rio Negro (divisa com o Paraná)
_ Da Colônia Dr. Blumenau a São Francisco do Sul
_ Da Colônia Dr. Blumenau à Colônia Brusque
_ Da Colônia Dr. Blumenau a Luiz Alves, Armação da Piedade, Porto Belo, Rio Tavares e Ratones, na Ilha de SC, estudando Casqueiros (como ele se referia aos Sambaquis)
_ E a mais importante delas, entre a Colônia Dr. Blumenau, passando por todo litoral, chegando até Nossa Senhora do Desterro, retornando ao continente e continuando pelo rio Cubatão, chegando ao vale da Vargem Grande, Colônia Teresópolis e Rio Capivari, dali partindo para a Colônia Santa Isabel, morro do Congo, Vale do Rio Bonito, Rio Taquaras e terminando no Morro e Campo do Boa Vista. Iniciou em 27 de abril e terminou em 1° de junho de 1868.

Apesar de não ser o relato de uma excursão, o diário de bordo escrito por ele no momento de sua chegada ao Brasil é rico em detalhes e também estará no livro “Fritz Müller – Desterro (1822-1897)”, que vai ressaltar vida, sua história e seu legado.

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