Revitalização do Centro Histórico de Florianópolis: redenção e polêmica

Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 12/10/2021)

O projeto de revitalização da ala leste do Centro Histórico de Florianópolis é a grande aposta da gestão municipal e do empresariado para estimular a economia e gerar empregos na região – que vem lutando contra o abandono nos últimos anos. A pandemia da Covid-19 agravou ainda mais a situação.

A repaginação é considerada fundamental para atrair moradores e turistas para o entorno da praça 15 o ano todo, mas principalmente nos finais de semana. Hoje a área está com ares de abandono e tomada por moradores em situação de rua.

Anunciada no início de 2020, a proposta de intervenção no entorno da praça e ruas próximas, como João Pinto e Victor Meirelles, foi recebida como a redenção dos negócios que ainda sobrevivem, mas também recebeu questionamentos.

As polêmicas ficaram por conta da ideia inicial de retirada total dos paralelepípedos das vias de circulação dos veículos, contestada por alguns arquitetos e urbanistas, e da falta de consultas a órgãos de proteção ao patrimônio, como Iphan (federal), sobre as intervenções previstas num núcleo com tantos prédios tombados.

A proposta que vai sair do papel, e que será discutida em audiência pública na Câmara de Vereadores no próximo dia 21, é diferente da primeira versão anunciada pelo Executivo.

A principal mudança, claro, é referente aos paralelepípedos, que serão preservados na frente dos prédios com “arquiteturas relevantes”, como o Palácio Cruz e Sousa e a Casa de Câmara e Cadeia, futuro Museu de Florianópolis.

Apesar de ter concluído o processo licitatório, a prefeitura ainda avalia a melhor data para iniciar as obras. A preocupação é evitar transtornos em dezembro, mês das compras natalinas e início da alta temporada.