Com atividades paradas desde o início da pandemia, o Veleiro Eco UFSC retomou as expedições em Santa Catarina que avaliam o nível de poluição dos oceanos. O projeto, que percorre os mares de todo o Brasil, começará uma ação de recuperação ambiental da Baía de Paranaguá, entre Paraná e São Paulo, e busca apoio para implantar soluções em SC.
O veleiro já fez expedições por locais como a Ilha do Arvoredo, Ilha do Campeche e Ilha de Ratones, em Florianópolis. Os pesquisadores coletam microplásticos depositados no mar e amostras do fundo do oceano para avaliar como está a biodiversidade da região.
A partir dessa análise do nível da poluição, o objetivo é propor soluções para recuperaração ambiental, como explica o professor coordenador do projeto, Orestes Alarcon.
— Não adianta nada você fazer diagnósticos e não propor soluções. Uma das soluções que estamos tendo uma aceitação muito boa é a biorremediação com algas. É limpar o mar com cultivo de algas — diz o professor.
Soluções baseadas na natureza
— A engenharia sempre encontra soluções, mas os custos de recuperação usando tecnologia são muito caros, precisa estar disposto a pagar. E quanto mais demora, mais caro é. Por isso, as soluções baseadas na natureza são uma alternativa. A biorremediação com algas é uma tendência que o mundo todo está adotando — explica Alarcon.
Além da redução da poluição a biorremediação de algas, também traz retorno para a comunidade. As algas que limpam a água contaminada podem ser transformadas em produtos de higiene, cosméticos e até alimentos.
O coordenador do Veleiro Eco UFSC explica que está na fase final de implantação desse projeto na Baía de Paranaguá, no canal do Varadouro — que liga as cidades de Paranaguá (PR) e Cananéia (SP). O local está cada vez mais poluído por conta do porto e de ocupações irregulares.
— A gente gostaria mais de fazer o projeto aqui [em Santa Catarina]. Já apresentamos propostas para a biorremediação da Lagoa da Conceição [em Florianópolis], que está no limite de contaminação, mas não foi aprovado. Apesar de todo o esforço que Casan e prefeitura fazem, a gente vê que o processo não está revertendo — relata o professor.
Orestes lembra que a Lagoa da Conceição já estava em avançado estado de contaminação antes do rompimento da barragem de rejeitos da Casan no início do ano, mas o desastre foi, segundo ele, “a gota d’água”. Com isso, o objetivo do projeto é conseguir apoio para fazer ações também em Santa Catarina.
(NSC, 10/09/2021)
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