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Florianópolis de costas para o mar (final)

Da Coluna de Cacau Menezes (ND, 27/06/2021)

O governo Bolsonaro planeja privatizar imóveis da União à beira-mar para a construção de hotéis e resorts e também conceder à iniciativa privada ativos inalienáveis – como faixas de areia, áreas de ilhas e espelhos d’água – para a construção de infraestruturas como piers e marinas. A justificativa para o projeto é promover o turismo no litoral brasileiro por meio de atração de investimentos privados, com geração de empregos e renda. A fase piloto do projeto envolve quatro áreas: Florianópolis, Angra dos Reis (RJ), Maragogi (AL) e Cairu (BA). Há previsão de lançamento de editais públicos de chamamento para estudos nas próximas semanas, enquanto as licitações para venda de concessão de áreas devem acontecer no primeiro semestre de 2022.

O programa seria liderado pelo Ministro Paulo Guedes e dele participariam o Ministério do Turismo, do Meio-Ambiente e da Infraestrutura, com o intuito de criar segurança jurídica aos investidores em todas as fases do programa.

Segundo Fernando Marcondes de Mattos, se isso acontecer – e ele espera que sim – será a vez de Florianópolis começar a conviver efetivamente com o mar – sua maior dádiva -, e não de costas para ele, com se fosse um carma e não obra dos nossos amados açorianos.

Esse giro de 180 graus pode incluir numa década – estima o ex-professor – a execução do belo projeto da beira-mar norte, com suas 600 vagas; uma marina de igual porte na via expressa continental com acréscimos de área para possibilitar a construção de 1 ou 2 torres de 40 andares (para viabilizar financeiramente o projeto); outra de igual forma na beira-mar sul frontal ao Sambódromo Nego-Querido (a anterior e esta com trabalhos de dragagem); muitos piers, atracadouros, guardas de barco na baia sul (no lado protegido da ilha com destaque para Ribeirão da Ilha), na região de Cacupé, Santo Antônio de Lisboa e Sambaqui, no especial costado de Governador Celso Ramos debruçado para uma das melhores baias do mundo, tendo ao sul Canasvieiras e Jurerê em especial. E suma, inundar a ilha e arredores de barcos, veleiros, clientela classe A, indústria náutica, oficinas especializadas, escolas especiais de formação nos afazeres náuticos (garçom em terra é uma coisa, no mar é outra), criando um clima propício ao progresso de hotéis, pousadas, restaurantes, bares, comércio, serviços de um modo geral. Ao final do processo, encontrando o morador de Floripa para lhe dar condições melhores de trabalho, renda e bem-estar. Sem dúvida, acredita Marcondes, Floripa pode se transformar numa ilha de projeção internacional, condição que lhe foi negada até agora, mas que merece pela suntuosidade dos seus atributos de beleza natural.

Para Dalmo Vieira, Floripa pode se tornar o maior polo náutico do Brasil.

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