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Precisamos do 5G sob pena de a Ilha do Silício se tornar Ilha do Desemprego, diz Rossoni, que reassume a Acif

Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 08/05/2021)

A Associação Empresarial de Florianópolis (Acif), que completa 106 anos de atividades dia 13 deste mês, também inicia nova gestão da diretoria. O empresário Rodrigo Rossoni foi reconduzido à presidência da entidade por mais dois anos, com ‘posse em cartório’, quarta-feira (05). Uma posse festiva restrita, ainda não agendada, será realizada também para marcar o aniversário da entidade.

A prioridade da nova gestão, segundo ele, será a continuidade do Pacto Floripa, lançado ano passado, que visa acelerar o crescimento pós-pandemia, priorizando os setores de tecnologia, saúde, educação e turismo. Outra prioridade será a formação de líderes, que terá inclusive uma escola.

Conforme Rossoni, foi possível avançar em algumas áreas do pacto apesar da continuidade da crise sanitária. Enquanto o turismo ainda sofre com o isolamento social, ele vê avanços na tecnologia, mas defende para breve a instalação de infraestrutura 5G de telefonia, estratégica para o setor de tecnologia. Uma novidade na nova diretoria é a mudança na primeira vice-presidência. O cargo que era ocupado pelo empresário Guilherme Domingos Ferla Junior, passou agora para Mauro Spezia Poy. Leia a entrevista de Rossoni a seguir.

Por que a formação de lideranças será uma das prioridades do seu segundo mandato à frente da Acif?

– Nosso desejo é focar muito na formação de lideranças. A renovação da diretoria para a próxima gestão foi da ordem de 60%. No conselho superior, que é a parte mais conservadora da nossa entidade, são 60 empresários e renovamos 50%. Decidimos renovar, dar oportunidade para empresários que estão com disposição para contribuir. Uma novidade é que vamos lançar uma escola de formação de líderes. Estamos com dois programas e queremos incluir cerca de 400 voluntários por ano. Entendemos que a sociedade precisa de novos líderes para atuar não só na própria Acif, mas também em outras entidades, na política e dentro das empresas, com valores que o setor empresarial defende como liberdade com responsabilidade, meritocracia e livre iniciativa.

Em função dos desafios da pandemia, a Acif lançou ano passado o Pacto Floripa. Como evoluiu e que áreas terão mais atenção?

– Estamos desenvolvendo o planejamento desde que apresentamos o Pacto, em setembro do ano passado. Algumas ações já foram entregues, outras estão em desenvolvimento e tem as que não iniciaram ainda. Um dos planos atrasados é a falta de infraestrutura para a telefonia 5G. Precisamos dessa infraestrutura de ponta sob pena de a ‘Ilha do Silício” se tornar a ‘Ilha do desemprego’ nos próximos três a quatro anos. Temos projetos de desenvolvimento para cada uma das seis regionais da Acif (Centro, Lagoa da Conceição, Canasvieiras, Ingleses, Sul da Ilha e Continental). Temos um olhar para o desenvolvimento de cada região, considerando as necessidades específicas, fruto das estratégias do Pacto Floripa.

A economia de Florianópolis ainda sofre muito com a pandemia, em especial o turismo. O que poderia ser feito para diversificar mais e reduzir impactos assim?

– O Pacto Floripa olhou passa isso. O turismo está ligado a serviços, à parte de entretenimento e eventos é um dos quatro vetores do Pacto. A gente sabe que é um setor que vai sofrer mais alguns meses, seja na parte técnica, que precisa da vacinação etc… E também na parte política, que vai depender da sensibilidade dos governantes para mudar decretos em vigor para conter a pandemia. Mas, ao mesmo tempo, acredito que Florianópolis poderá começar a recuperar a economia do turismo se posicionando cada vez mais como uma cidade atrativa de maneira responsável, segura, para receber turistas ainda nessa fase da pandemia.

Um dos quatro eixos do Pacto para o desenvolvimento é tecnologia. Como o senhor vê os desafios na área?

– A tecnologia é um setor transversal. Tem um lado muito positivo, que é uma indústria que engloba vários setores econômicos, mas também é uma indústria de mais alto risco. A disrupção tecnológica dizima empresas rapidamente. Se você tem toda uma indústria voltada para um segmento e ele sofre uma disrupção internacional, você vai ser afetado mesmo sendo do setor de tecnologia. Do ponto de indústrias mesmo, podemos avançar em Florianópolis. Podemos ter indústrias de biotecnologia. O Sapiens Parque pode ser um grande agregador para isso. Mas ele precisa ser destravado pelo nosso plano diretor, que impede que façamos o desenvolvimento econômico integrado, com os nossos centros urbanos sustentáveis, as pessoas morando perto do trabalho, da escola dos filhos e de centros de saúde. A tecnologia é um vetor econômico que a gente pode ampliar como uma indústria limpa porque ela é transversal, está presente na indústria, comércio e serviços.

Como a saúde se insere com eixo de desenvolvimento?

– Florianópolis tem um grande potencial de saúde conectada ao turismo. Como isso? As pessoas podem se deslocar para a cidade para ter um estilo de vida saudável durante períodos do seu ano. Podem fazer uma desintoxicação, buscar serviços médicos de qualidade que a cidade oferece. O potencial de bem-viver na cidade é gigantesco. Um deles é a indústria da construção civil. Se a gente permitir organizar nossos bairros com plano diretor mais estratégico, que permitam às pessoas empreender de maneira sustentável, vamos ter muito mais chance de desenvolvimento. Hoje com a pandemia, as pessoas passaram a trabalhar mais em home office, à distância. Muitos empreendimentos comerciais perderam a sua ocupação com a pandemia, mas tem uso restrito. Se a gente permitir que os empreendedores e pessoas que vão escolher novo estilo de vida possam ter acesso a novas modalidades de negócios, Florianópolis tem um grande potencial nessa área. E considerando o setor de tecnologia, o desafio é duplo. Podemos ter profissionais residindo aqui pelo nosso estilo de vida e belezas naturais, mas trabalhando para o exterior, enquanto nossas empresas também necessitariam contratar profissionais de fora. O câmbio ainda é uma desvantagem nesse último caso.

E o eixo da educação como pode colaborar para o futuro da cidade?

– A pessoa que escolher Florianópolis para morar vai ver se a cidade tem um sistema educacional de qualidade para os filhos estudarem, perto da residência. Precisamos ter capacidade de atrair, também na educação, negócios mais modernos, mais competitivos internacionalmente. Vemos que a indústria da educação é limpa, sustentável, ajuda a cidade se tornar mais próspera e desenvolvida. A educação é fator de desenvolvimento de ações nos quatro eixos econômicos que incluímos no pacto. Temos muitas vagas de trabalho que não foram preenchidas por falta de pessoas qualificadas.

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