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Obras na Praça Olívio Amorim recuperam arte de Hassis

foto/divulgação: Leonardo Sousa / PMF

A Praça Olívio Amorim, localizada na Avenida Hercílio Luz entre dois conjuntos de imóveis tombados em 1986 como patrimônio histórico e artístico municipal e que, por isso, integra uma das áreas de preservação cultural do Centro de Florianópolis, está em plena reforma. Devido à peculiaridade da praça, as obras executadas pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Infraestrutura, requerem atenção especial e, no momento, o piso em petit pavê de autoria do artista plástico Hiedy Assis Corrêa (o “Hassis”), de 1966, vem sendo restaurado, sob orientação do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF). Os serviços, que haviam parado temporariamente em 21 de dezembro em razão do recesso de final de ano da empresa contratada, retomaram nesta segunda-feira (4).

“A Praça Olívio Amorim faz parte do Programa Praça Viva, através do qual a Prefeitura já revitalizou mais de 160 espaços de lazer. Com o diferencial de que esta Praça está inserida em área de preservação cultural com tombamentos de grande relevância para a nossa cidade. Tenho certeza que, após a conclusão da obras, ela será mais um ponto de encontro do pessoal de Florianópolis“, destacou o secretário de Infraestrutura, Valter Gallina.

A arte de Hassis em mosaicos pode ser encontrada tanto no piso dos acessos internos (que estão com bastante avarias) quanto das calçadas da Praça Olívio Amorim, e ambos serão não apenas mantidos, mas também devidamente recuperados. Eles correspondem à aproximadamente 1.150 metros quadrados de área deste espaço de lazer revitalizado pelo Programa Praça Viva. A Praça Olívio Amorim tem, no total, 2.716,38 metros quadrados de área.

Pelo projeto em execução, os acessos internos devem ser alargados, e isto está sendo feito com a redução de canteiros e a colocação de piso em pedra basalto retificado em seu entorno. Mas a reforma da Praça Olívio Amorim, um investimento de R$ 518.275,48, vai além, e envolve uma série de ações.

Entre elas, a preservação de duas Falsas seringueiras (“Ficus elástica”), sendo que as obras estão prevendo ampliação de espaço para suas raízes. As árvores, de uns 15 metros de altura, cada, aos olhos dos leigos, até parecem centenárias. Mas especialistas da Fundação Municipal do Meio Ambiente (FLORAM) garantem que elas não têm tanta idade assim, exatamente pelo tamanho que possuem. Se não, seriam ainda maiores, pois tal espécie originária da Índia é de crescimento vigoroso e chega a 60 metros, no habitat natural.

Também vale destacar que as obras, executadas pela Litoral Engenharia e Construções Eireli – EPP, ainda incluem a implantação de playground e pet place, bem como de equipamentos urbanos como bancos, mesas, lixeiras e bicicletário, e a substituição da academia de ginástica voltada à terceira idade. Assim como haverá uma reformulação da iluminação do local.

Iniciadas em setembro, as obras, muito esperadas, sobretudo, pelos moradores e comerciantes locais – e na praça funcionam uma floricultura e um tradicional quiosque de cachorro-quente, além de um ponto de táxi – devem ser concluídas no mês que vem. Tendo em vista a grande procura pelos bares de sua redondeza, no período anterior à pandemia, bem como à proximidade de estabelecimentos de ensino, acredita-se que, após a revitalização, a praça será mais um agradável espaço de lazer de Florianópolis.

Um pouco de história

De acordo com o IPUF, em 1966, Hassis criou mosaicos em piso de petit pavê na Praça Olívio Amorim, tal como fez no mesmo ano na Praça Pereira Oliveira; no ano anterior, na Praça XV de Novembro, e em 1967, no Largo Benjamin Constant e na Praça Osvaldo Bulcão Viana, todas no Centro da Capital.

Já a Área de Preservação Cultural (APC), prevista no Plano Diretor da cidade, em questão, engloba os dois conjuntos de imóveis tombados das ruas Hermann Blumenau e General Bittencourt, ali próximas. Sendo que uma APC tem por objetivo preservar, valorizar e promover os sítios de interesse histórico-cultural.

E, segundo a Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, o homenageado com o nome dado à praça, Olívio Amorim, natural de Biguaçu, foi vereador, deputado estadual Constituinte e prefeito de Florianópolis. Mas, curiosamente, o busto em bronze da praça, que foi furtado em novembro e apreendido pela Polícia em dezembro, e será colocado em seu lugar, homenageia o escritor e poeta Olavo Bilac.

(PMF, 05/01/2021)

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1 Comentário

  1. Maria Luisa Castro Schmitt disse:

    Minha bisavó, Gertrudes Belli Muller plantou várias árvores na praça Olivio Amorim, porque morou anos em um casarão bem em frente à praca, hoje tombado. Não havia nada, era um pasto, com caminhos de terra,
    Começou a plantar no início da década de 60, antes dos mosaicos do Hassis. Até se mudar do casarão, na década de 90, cuidou da praça como se fosse extensão do seu quintal. Ficava na janela vigiando possíveis ladrões de mudas de plantas ou depredadores. Brincamos muito de bicicleta nesta praça e crescemos ouvindo que ela tinha plantado as árvores ali.
    Feliz que este espaço será revitalizado.

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