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Relatório da CPI dos Respiradores resume inoperância do governo na comissão

Da Coluna de Ânderson Silva (NSC, 19/08/2020)

A CPI dos Respiradores concluiu seus trabalhos nesta terça-feira dentro do tom político dos três meses de investigação. O relatório final desenhado pelo relator e oposicionista ao governo, Ivan Naatz (PL), representa a inoperância da gestão Carlos Moisés da Silva dentro da própria comissão. Do início ao fim, a oposição fez o que quis na CPI sem que a base governista – ainda tímida na Alesc – pudesse sinalizar uma mudança de rumos. Resultado: um novo pedido de impeachment para Moisés se preocupar.

Desde maio, a CPI dos Respiradores tornou-se um palco para exposição do governo. A compra fraudulenta de 200 respiradores por R$ 33 milhões colocou na comissão oposicionistas ferrenhos como Kennedy Nunes (PSD), Milton Hobus (PSD) e o próprio relator. Além da investigação sobre os equipamentos destinados ao enfrentamento ao coronavírus, a comissão colocava Moisés e sua gestão no centro de críticas em cada uma das sessões. E sem qualquer defesa.

Secretários foram chamados para depor e colocados no centro do auditório diante dos nove membros da CPI em uma exposição semanal das falhas internas do Executivo. Como não havia deputados para, pelo menos, apresentar argumentos governistas, a oposição teve campo aberto para agir.

A falta de articulação do Centro Administrativo na Alesc gerou um desgaste ainda maior para um governo que precisa lutar contra um processo de impeachment em andamento. Nem mesmo na finalização do relatório a base governista conseguiu reagir. Alguns sinais foram dados nos bastidores de que o Executivo tentaria apresentar um relatório divergente que não incluísse Moisés. Mas os deputados procuradores rejeitaram a possibilidade.

Em 118 páginas, Naatz, referendado pelos outros oito membros da CPI, reuniu documentos e provas obtidas pela força-tarefa do Gaeco (MP-SC), Polícia Civil e TCE-SC. Do ponto de vista investigativo, o relatório consolida o que se sabe até agora da apuração criminal que passou a tramitar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por conta da citação ao governador. No entanto, avança em dois pontos: expõe nomes de servidores antes desconhecidos da opinião pública que teriam participado do processo de compra e inclui o chefe do Executivo na lista dos responsáveis.

No viés político, Moisés colhe o que foi plantado pela oposição sem qualquer reação. A desarticulação do governo pode ser resumida do início ao fim pela comissão dos Respiradores.

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