No Brasil, onde o setor de transportes é um dos maiores responsáveis pela poluição do ar nas cidades, a substituição de ônibus convencionais por veículos elétricos pode salvar vidas e impactar positivamente a economia. É o que mostra uma nova ferramenta do WRI Brasil. Ao tornar visíveis custos implícitos para a saúde e para o bem-estar da população, a ImpactAr pode estimular cidades a iniciar ou acelerar a transição do transporte coletivo para frotas verdes.
O passo a passo para aplicação da ImpactAr – Ferramenta de valoração dos impactos da qualidade do ar na saúde para mudanças de frota no Brasil foi lançado hoje pelo WRI Brasil. A metodologia pode ser aplicada por qualquer cidade, operadores do setor, acadêmicos e pesquisadores. Para São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Niterói, há planilhas já configuradas com dados para as projeções ambiental, epidemiológica e econômica.
Com a ferramenta, governos locais poderão identificar e mensurar mudanças nos números de hospitalização, mortes e custos financeiros e de bem-estar ligadas às alterações no grau de poluição do ar urbano. Espera-se, assim, aumentar o nível de informação e conhecimento dos gestores em sua decisão de investimentos em projetos de atualização e compra de ônibus urbanos, permitindo, assim, a análise mais adequada dos custos e benefícios relacionados à implementação de frotas de baixo carbono.
Os custos da poluição
O impacto dos veículos a diesel nas emissões de carbono é apenas uma das razões para a migração para a tecnologia elétrica. Além do impacto climático, é amplamente reconhecida a associação entre poluição do ar e doenças fatais (mortalidade) e não fatais (morbidade). O principal causador das doenças é o material particulado (MP), emitido em altas quantidades pelos motores a diesel que dominam o transporte coletivo por ônibus no Brasil.
Material particulado é uma mistura de partículas sólidas e líquidas suspensas no ar. A ferramenta leva em conta as emissões de partículas com diâmetro de 10 micrômetros ou menos (MP10) e de 2,5 micrômetros ou menos (MP2,5) – estas últimas mais danosas aos humanos.
No Brasil, estima-se que a poluição do ar nas principais regiões metropolitanas e capitais esteja ligada a cerca de 20,5 mil mortes ao ano em decorrência de doenças cardiovasculares e respiratórias e seja responsável por 5,2% das internações de crianças por doenças respiratórias, e 8,3% por cento entre os adultos.
O impacto econômico também se dá pelos cerca de 130 mil casos de faltas ao trabalho em decorrência de doenças associadas à poluição, o que representa um custo anual aproximado de R$ 30 milhões em hospitalizações e ausências no trabalho.
(Confira a matéria completa em Wri Brasil, 23/06/2020)
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