Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 25/05/2020)
Apesar das mudanças de mercado impostas pelo novo coronavírus, internacionalizar empresa, mesmo que ela seja pequena e só atue no Brasil, é uma estratégia acertada. Essa é a visão do programa de internacionalização empresarial Go To Market, lançado em conjunto pelo Sebrae-SC e pela Federação das Indústrias do Estado (Fiesc) na última terça-feira e que está com inscrições abertas.
As aulas começam dia 3 de junho, mas empresas podem se inscrever inclusive depois. O programa era para ser presencial, mas com a pandemia foi transformado totalmente online, explica o gerente de internacionalização do Sebrae, Felipe Galotti. O conteúdo, voltado para a prática, será desenvolvido em 12 meses, com 30 encontros, sempre às 8h, com duração de pouco mais de uma hora, incluindo palestra com perguntas. O investimento da empresa é de R$ 100 por mês.
A iniciativa conta com apoio de outras entidades empresariais catarinenses como a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio), Federação da Agricultura (Faesc), Federação das Associações Empresariais (Facisc), Federação das Micro e Pequenas Empresas (Fampesc), Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate) e Associação Catarinense de Supermercados (Acats).
Conforme Galotti, até o momento há cerca de 50 empresas inscritas, incluindo duas do exterior: uma do México e outra do Canadá. Ele explica que o Go To Market é para a pequena empresa catarinense, mas se outras quiserem participar é possível, embora com um custo diferente, maior. A expectativa é de que mais de 500 empresas participem.
– Internacionalizar não é apenas exportar, não é apenas importar, é melhorar toda uma gestão, um processo que vai trazer conhecimento, mais informação para o empresário ser mais competitivo, sair na frente do concorrente dele – explica Galotti.
O executivo fala que o curso foi elaborado há quatro mãos porque essa visão de internacionalização de empresas é a mesma do Sebrae e da Fiesc, que na federação tem à frente a presidente da Câmara de Comércio Exterior, Maria Teresa Bustamente.
O programa traz uma visão global de competitividade. Conta com um teste de maturidade desenvolvido pela Fiesc que é 100% inteligência, com quatro pilares: empresa, produto, mercado e recursos (humanos e financeiros). É gerada uma nota, de zero a quatro, indicadores e um plano de ação dizendo ao empresário o que ele precisa fazer para melhorar a capacidade, a maturidade do seu negócio. Nesse plano de ação entra o trabalho do Sebrae com capacitação e consultoria, informa o executivo.
– Eu afirmo que esse é um programa ‘pluge and play’ porque será iniciado dia 3 de junho. Durante o programa, além de trazer conteúdo para o empresário, estaremos mostrando a ele o que está certo e pode melhorar e estaremos aplicando capacitação e consultoria para ele pegar ferramenta teórica e trazer para a prática do dia a dia dele. Quando for aplicado o segundo teste, vamos mostrar o que falta fazer – explica o executivo.
Ao citar um exemplo de internacionalização para quem não exporta ou importa, Galotti diz que um salão de beleza pode se internacionalizar ao importar um equipamento de ponta de depilação a laser. E para quem só atua no Estado e pode ir além, ele cita o exemplo da Casa da Cuca, de São Miguel do Oeste, que ao elaborar uma embalagem em três idiomas (português, inglês e espanhol) com consultoria do Sebrae Tech para a linha de biscoitos veganos Sell-e, está negociando exportações ao México e aos Estados Unidos. A Nugali Chocolates, de Pomerode, é outro exemplo de empresa com posicionamento global, já exportando para diversos países. As embalagens da Nugali tiveram consultoria do Sebrae-SC.
O programa Go To Market tem à frente dois executivos experientes em negócios internacionais. Maitê Bustamante foi executiva de comércio exterior da Whirlpool e representante do setor eletroeletrônico em negociações de acordos internacionais, além de liderar a Câmara de Comércio Exterior da Fiesc. Felipe Galotti foi executivo em Miami da empresa suíça Fracht, especializada em logística internacional e também foi sócio do escritório catarinense de comércio exterior Portrade, no qual atuou por mais de uma década.
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