Sem hora para voltar a funcionar, o sistema municipal de transporte coletivo vive os piores dias de sua história. A próxima sexta-feira (17) marca 30 dias de paralisação dos serviços como uma das formas de evitar a disseminação do novo coronavírus, e um prejuízo de mais de R$ 15 milhões, com quase a totalidade da frota parada, uma vez que alguns ônibus estão sendo utilizados para transportar profissionais de saúde. Apesar de não haver perspectiva para o retorno, a Secretaria Municipal de Transportes e Mobilidade já trabalha para implantar normas que possam ser aplicadas na retomada do serviço, ainda sem data.
O secretário municipal de Transportes e Mobilidade Michel Mittmann reconhece que o setor do transporte coletivo é um dos mais afetados da esfera pública, pois há toda uma estrutura que precisa ser gerida, a partir de uma concessão, que faz investimentos, e está com mão de obra parada. Por outro lado existe a questão sanitária e de saúde pública. “Por isso estamos planejando esse retorno com muito critério para que seja um instrumento de controle e não de contaminação”, reforça Mittmann.
Nesse sentido, a Prefeitura de Florianópolis trabalha com dois eixos: um de controle sanitário e higienização e outro econômico e de planejamento. Segundo Mittmann, no primeiro eixo, o objetivo é criar protocolos sanitários de controle, analisar outros casos mundiais e avaliar a situação junto ao governo do Estado e autoridade da Saúde. Algumas diretrizes e recomendações serão determinadas. “A obrigação do uso de máscaras é uma tendência forte. Outra preocupação são os horário de pico. Alternativas estão sendo sugeridas, com um processo gradual de horários, para diminuir o número de pessoas em determinados horários e reduzir a pressão sobre os terminais”, explica Mittmann
Outra preocupação é garantir uma imagem de segurança para o transporte coletivo municipal, que já vinha se modernizando com ações como o aplicativo Floripa no Ponto e a instalação de câmeras para evitar furtos e vandalismo, e tinha ganho um novo fôlego com medidas que incentivavam o uso do modal, como a manutenção da tarifa. “Estávamos caminhando para o melhor ano do transporte coletivo, com um crescimento de 7% até o início da pandemia em março, em relação ao ano passado”, lamenta Mittmann.
No eixo econômico e de planejamento, a preocupação com o baixo movimento dos primeiros dias de retomada, que eventualmente poderá impactar na tarifa. Mas o secretário garante a busca por ações de desoneração a médio prazo para que esse custo não seja repassado para a tarifa. “A cada 15 dias parado representa um prejuízo global do sistema de R$ 7,7 milhões, o que já representa um custo de 0,01 centavo na tarifa. O usuário vai ter que entender que teremos que fazer a recomposição para manter o equilíbrio (financeiro da concessão)”, explica.
(Confira a matéria completa em ND, 13/04/2020)
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