Projeto da UFSC prevê plantio e doação de alimentos agroecológicos a famílias carentes

Durante e após a pandemia do novo coronavírus, o cenário de desigualdade social no Brasil tende a aumentar drasticamente. Neste momento, é essencial que se busque alternativas e meios de produção e fornecimento de alimentos saudáveis e de qualidade, principalmente aos grupos sociais mais fragilizados.

Em uma parceria inédita entre o Núcleo de Pesquisa e Extensão em Agroecologia da Fazenda Experimental da Ressacada (FER) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Câmara Municipal de Florianópolis – Mandato Agroecológico do vereador Marcos José de Abreu (“Marquito”), Marmitas Veganas, Campeche Solidário, Sociedade Internacional da Consciência de Krishna (ISKCON Brasil Sul), Instituto Compassos, Horta Comunitária do Parque Cultural do Campeche (Pacuca), C0vid-19 Floripa e Grupo Alimentação e Vida Alegre, nasceu o projeto de extensão “Produção de alimentos agroecológicos para famílias em situação de vulnerabilidade social em Florianópolis, SC: segurança alimentar em tempos de pandemia de Covid-19“. As refeições e cestas de alimentos irão beneficiar moradores carentes de Florianópolis e entorno, como também estudantes e trabalhadores da Universidade.

A iniciativa tem por objetivo fortalecer as campanhas solidárias de arrecadação de alimentos já existentes. Participam do projeto professores, alunos, técnicos da UFSC e voluntários, sob a coordenação da docente do Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural (ZOT/CCA), Patrizia Ana Bricarello.

Metodologia

O projeto se propõe ir além da arrecadação e distribuição de alimentos, visa contribuir na construção da autonomia agroalimentar dos segmentos envolvidos. Em sua metodologia, o plantio das hortaliças irá ocorrer no Núcleo de Pesquisa e Extensão em Agroecologia da Fazenda Ressacada , durante os meses de abril a dezembro de 2020. Serão feitos canteiros de 20 x 1,2 metros em uma área inicial de 600 m2 (bairro Tapera, Florianópolis), podendo ser ampliada para o dobro do tamanho dependendo da demanda de alimentos e disponibilidade de mão-de-obra.

Os canteiros receberão previamente uma fração de calcário e serão adubados com cama de aviário, estercos bovino e ovino e após será realizado o plantio das mudas segundo o Calendário Biodinâmico que rege os dias favoráveis e desfavoráveis para a plantação de flores, frutos, folhas e sementes, bem como podas, enxertos e colheitas.

As mudas serão disponibilizadas pela rede e apoio das campanhas solidárias parceiras deste projeto com a articulação do parlamentar Marcos José de Abreu e sua assessoria, bem como o recrutamento de alguns voluntários para auxiliarem nas tarefas e nos cuidados com as plantas.

Durante o período do outono/inverno serão plantadas espécies hortícolas: brócolis; couve-flor; couve-manteiga; beterraba e cenoura, além de espécies condimentares, aromáticas, florísticas e medicinais. Na primavera/verão, o plantio de culturas anuais como bata-doce, mandioca, milho, cará, hortícolas folhosas, entre outras.

As culturas serão plantadas em espaçamentos segundo recomendações da literatura, em esquema de consórcio e alternância, de modo que toda semana haja alguma espécie para ser colhida. No desenvolvimento das culturas haverá aplicações de preparados biodinâmicos e medicamentos homeopáticos e fitoterápicos para o controle de insetos e patógenos. Não serão utilizados adubos químicos ou agrotóxicos.

Doação

Os alimentos produzidos serão redirecionados às campanhas solidárias, alguns entregues in natura e outros processados nas cozinhas comunitárias para entrega em forma de marmitas e refeições ao publico-alvo.

Mais informações: patrizia.bricarello@ufsc.br

(UFSC, 29/04/2020)