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Pesquisadora da UFSC reforça importância da luz natural no período de quarentena

A pesquisadora do Laboratório de Conforto Ambiental e pós-doutoranda do Programa de Pós-Graduação de Arquitetura e Urbanismo (PósARQ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Raphaela Walger da Fonseca, reforça a importância dos efeitos não visuais da luz nesse período de quarentena em decorrência do novo Coronavírus. Raphaela salienta que a exposição à luz natural é prescrita como um antidepressivo natural para tratamentos do transtorno afetivo sazonal, aquela depressão comum em países com inverno muito longo.

A luz natural é também recomendada para melhorar a produção de serotonina, responsável pelo bem-estar e por aspectos biopsíquicos. A pesquisa da PósARQ tem a supervisão do professor Fernando Oscar Ruttkay Pereira e conta com a colaboração de Rafael Prado Cartana. “Foi a maneira que encontrei para transferir um pouco do conhecimento científico da minha área de pesquisa e tentar ajudar as pessoas de alguma forma”, afirmou Rapahela. Confira algumas das dicas para este período de isolamento:

1. Olhem para o céu, em especial pela manhã. Abram os vidros, pois eles podem interferir nas propriedades físicas da luz que precisam ser percebida pelos seus olhos.
2. Cuidem com a exposição à luz artificial durante a noite. Isso vale para a luz da TV, do tablet, do smartphone. Se possível, altere a configuração desses dispositivos para o modo noturno.
3. Se em sua casa houver iluminação com tonalidade “âmbar”, dê preferência a essa iluminação no fim do dia.
4. Faça as atividades que puder olhando para fora. A exposição à luz natural e ao contato visual com o exterior apresentam inúmeros benefícios.
5. Lembre-se de precisamos da alternância entre o claro e o escuro, além das variações das características da luz ao longo do dia. A luz natural também é remédio!

Essas medidas são importantes para a manutenção da saúde, isso porque o olho humano possui células fotorreceptoras não relacionadas à percepção visual de imagem, as chamadas células ganglionares da retina intrinsecamente fotossensíveis (ipRGCs). Sensíveis a uma faixa do espectro luminoso diferente da faixa visível, as funções das células ipRGCs são relacionadas com a ativação e a sincronização do ritmo circadiano, conhecido como nosso “relógio biológico”.

O ritmo circadiano, por sua vez, é regulado em ciclos com duração de aproximadamente 24 horas e associado à alternância de claridade e escuridão decorrentes do dia e da noite. Ele regula uma gama de funções comportamentais e fisiológicas como o ciclo sono vigília, nível de alerta, humor, supressão, secreção de hormônios e temperatura corporal central. A desordem desse ritmo pode ter implicações genéticas, fisiológicas e psicológicas, sendo também associada a distúrbios do sono, ao aumento do risco de diabetes e a alguns tipos de câncer.

(UFSC, 24/04/2020)

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