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Coronavírus: “Passaporte de imunidade, testes em massa, máscaras… Planos para a retomada

Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 05/04/2020)

O grande desafio imposto ao mundo pela pandemia da Covid-19, o de preservar a saúde das pessoas com boa margem de segurança e, ao mesmo tempo manter a atividade econômica, continua sem resposta. O governo brasileiro parece mais unido em torno do conceito científico de que é preciso manter isolamento para evitar a propagação exponencial da doença enquanto trabalha na busca de soluções.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, em conversa virtual com empresários neste sábado mostrou que está havendo essa união, falou que o governo federal pode liberar até R$ 1 trilhão para apoiar a economia durante a crise e que ficou animado com a tese do “Passaporte de Imunidade” informada por um amigo dele de Londres. Guedes manifestou o plano de importar 40 milhões de testes por mês para fazer testagem em massa.

Esse “Passaporte de Imunidade” será analisado por pesquisadores com atenção especial ao Norte da Itália, onde ocorreu o maior número de vítimas da doença e uma das pequenas cidades, Vo, conseguiu testar todos os seus habitantes, informou o The New York Times. Os cientistas ainda não sabem se os anticorpos desenvolvidos por uma pessoa garantem proteção, imunidade e a não transmissão para outras pessoas. Eles querem testar de novo os 3 mil habitantes de Vo também para tentar identificar padrões pelos quais uma pessoa desenvolve a doença e outra não.

Se as pessoas já contaminadas, com anticorpos, ficam imunes à doença, então serão essas que serão liberadas para trabalhar com o “passaporte”, enquanto as pessoas de risco seguiriam com mais restrições.

A testagem em massa na Coreia do Sul, aliada ao uso de máscara por todas as pessoas tem garantido o melhor resultado da contenção da expansão da pandemia, considerando os resultados de cada país. Essa já é uma alternativa a seguir.

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) apresentou ao governador Carlos Moisés, na semana passada, uma proposta de testagem em massa da Fundação Certi e das empresa de biotecnologia do Sapiens Parque Neoprospecta e BimedHub. O plano é fazer teste por grupo de 10 pessoas e, se der presença do vírus, sejam feitos testes individuais.

O presidente da Fundação Certi, Erich Muschellack, diz que o objetivo é a retomada de atividades de forma segura, monitorando a evolução da doença. O projeto requer investimento de R$ 6 milhões, governos e empresas manifestaram interesse em apoiar. O projeto já está em andamento e terá capacidade de testar 500 mil pessoas por mês, com resposta em 24 horas, informou Muschellack.

Apesar das tentativas de decisões aceleradas em todas as áreas, são muitas as dúvidas ainda sobre uma retomada segura das atividades. Preocupa em Santa Catarina o fato de a população ter ido em grande número para bancos e lojas na última semana, sem respeitar a distância de pelo menos 1,5 metro cada e sem uso geral de máscaras. Ainda mais que o Estado está com número elevado de doentes com menos de 60 anos.

Vale lembrar os alertas da Fundação Bill e Melinda Gates, sempre atenta a riscos de pandemias no mundo e que participa de diversas pesquisas no momento. Ela é clara ao informar que, enquanto não temos medicamentos para tratar doentes e não temos vacina contra a Covid-19, o remédio é o distanciamento social. Então, governos devem dar suporte a pessoas e empresas que não podem trabalhar, devem ser cautelosos na liberação de atividades e exigir o cumprimento de medidas protetivas. Além disso, quem pode deve ficar em casa.

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