Um grupo de cerca de 60 professores e pesquisadores do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) preparou um guia para que as pessoas possam fabricar suas próprias máscaras faciais. Em documento criado nesta quinta-feira, 2 de abril, os especialistas apontam que as máscaras caseiras podem proteger contra infecções respiratórias, desde que mantidos os cuidados adicionais de higiene das mãos e distanciamento social.
Os cientistas da UFSC, após estímulo do professor Carlos Rodrigo Zárate-Bladés, formaram um grupo de discussão, para entender melhor as recomendações de pesquisadores e autoridades sanitárias de diversos países a respeito do uso de máscaras caseiras. O debate, para que a população em geral adotasse o uso das máscaras, intensificou-se nos últimos dias, e a comunidade científica concluiu que é possível prevenir-se ou proteger outros contra a infecção pela Covid-19.
Embasamento
O trabalho do grupo levou em consideração as opiniões científicas externadas recentemente pelo diretor geral do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da China, George Gao. O cientista apresentou que as principais lições aprendidas durante a pandemia de Covid-19 foram a importância:
Quando perguntado sobre o maior erro que ele estava percebendo na Europa e Estados Unidos, ele explicou um dos grandes erros que está levando a tanta propagação da infecção é que a população não está usando máscaras faciais. “Sendo que o vírus se propaga por gotículas é muito importante que se usem máscaras para respirar e falar. Muita gente é assintomática ou pré-sintomática, porém contagiosa; usando máscaras essas pessoas evitariam contagiar outras”.
Considerando as opiniões de Gao, assim como outros artigos científicos referidos a este tema (abaixo), o grupo de discussão do CCB, composto por mais de 60 professores e pesquisadores, concluiu que o uso de máscaras faciais poderia ser recomendado para a população geral. A medida é considerada como adicional e nunca substitutiva às medidas de proteção já anunciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde do Brasil, que incluem a higiene exaustiva das mãos, o distanciamento social e o isolamento de casos positivos.
Os professores alertam: a fabricação de máscaras comerciais (cirúrgicas ou PFF2/N95 ou superiores) ou caseiras com materiais de uso hospitalar deve ser reservada para os profissionais da saúde. São eles que precisarão delas com maior frequência durante as próximas semanas ou meses.
Existe uma preocupação com a proliferação de máscaras comerciais que não tenham as mínimas características de proteção esperadas para serem eficientes na sua função. Por isso, o grupo sugere uma forma de fabricação das máscaras que, ainda mantendo a simplicidade, não apresente falhas que possam colocar em maior risco a saúde dos usuários.
(Confira a matéria completa em Notícias UFSC, 02/04/2020)
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