Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 25/03/2020)
Grupo de 50 entidades empresariais catarinenses lançou nesta quarta-feira (25-03) o Movimento Reage SC visando soluções para os problemas econômicos gerados pela crise do coronavírus. A primeira ação do grupo foi enviar um amplo ofício ao governador Carlos Moisés da Silva sugerindo iniciar imediatamente o planejamento da retomada da atividade econômica para a reabertura a partir do dia 30 deste mês. Também propõe adoção do isolamento vertical para as pessoas que correm maior risco.
Entre as 50 entidades que assinam o documento estão a Federação das Associações Empresariais do Estado (Facisc), a Federação do Comércio (Fecomércio-SC), Sebrae-SC, a Associação Catarinense de Tecnologia (Acate) e dezenas de associações empresariais do Estado, incluindo as de Florianópolis, São José, Lages, Itajaí e Chapecó.
No ofício ao governador, o movimento informa que reconhece o esforço do governo do Estado para conter a pandemia, mas destaca que lideranças da área econômica e até médicos estão recomendando isolamento vertical frente às graves dificuldades que a restrição gera em países em desenvolvimento com economia frágil.
– Notadamente, são louváveis todos os esforços envidados por esse governo no sentido de contenção da pandemia e preservação do todo. Recentemente, não somente empresários, mas médicos, tem se manifestado no sentido de uma condução mais reconciliatória na retomada rápida da atividade econômica com a minimização do risco associado com a epidemia de Covid-19 – argumenta o movimento, no artigo ao governador.
Esta iniciativa é mais uma forte pressão ao governo do Estado, após documento com teor semelhante enviado na segunda-feira à noite por três federações empresariais. Caberá ao governo e especialistas de saúde a maior responsabilidade para seguir o que está sendo feito de isolamento social ou flexibilizar.
Leia a íntegra do ofício, a seguir:
MOVIMENTO DE ENTIDADES REAGE SC
Of. 0001/2020
Florianópolis, SC, 25 de março de 2020.
Ao Senhor CARLOS MOISÉS DA SILVA
Excelentíssimo Governador do Estado de Santa Catarina
Nesta Capital
Senhor Governador,
É consolidado o conhecimento que a pandemia provocada pela COVID-19 tem demonstrado uma capacidade de contaminação incomensurável, inclusive para o setor produtivo mundial, o que não diferentemente se observa em nosso estado.
Notadamente, são louváveis todos os esforços envidados por esse governo no sentido de contenção da pandemia e preservação do todo.
Recentemente, não somente empresários, mas médicos, tem se manifestado no sentido de uma condução mais reconciliatória na retomada rápida da atividade econômica com a minimização do risco associado com a epidemia de Covid-19.
Muito tem sido discutido e proposto em relação ao manejo da pandemia de Covid-19 focando em isolamento social, quarentena, fechamento em massa de empresas e negócios, uma virtual parada da atividade econômica.
Frequentemente esta discussão é colocada de forma bastante simplista, “basta ficar em casa” e “salvar vidas é mais importante do que a economia”.
Isto desconsidera o enorme impacto humanitário e social de uma recessão econômica profunda, que afeta principalmente os segmentos mais vulneráveis da população.
Logo, não há que se negar a existência de nítidas evidências científicas claras de que recessão em países em desenvolvimento, e mesmo em países desenvolvido, aumenta a mortalidade em geral, novamente, em especial nos grupos sociais e economicamente mais vulneráveis.
Ainda, é importante destacar que há tanto uma baixa capacidade de oferta de liquidez às empresas, tendo em vista a condição fiscal dos governos estadual e federal; quanto um possível agravamento do quadro fiscal tendo em vista a queda na arrecadação pelo prolongamento do isolamento e quarentena.
É urgente, portanto, registrar a nossa máxima preocupação em face aos milhões de empregos e milhares de empresas que estarão sucumbindo diante da intensa restrição de convívio social, o que, em nosso entender, pode-se amenizar com algumas das considerações que registramos abaixo:
a) Iniciar imediatamente o planejamento da retomada da atividade econômica, formando um comitê que inclua lideranças empresarias, com objetivo de que a reabertura gradativa aconteça a partir do dia 30/03/2020.
b) Destravar gradativamente os segmentos do setor produtivo para evitar um colapso econômico e social sem precedentes;
c) Focar estratégia de quarentena e isolamento para os grupos de risco, liberando parte da força de trabalho para retorno às atividades, priorizando, quando possível, o home office;
d) Permitir que as empresas operem com horário ampliado, para evitar aglomerações e possam distribuir os atendimentos;
e) Determinar o funcionamento das indústrias, do comércio e de serviços, mesmo que seja em regime de escalas com suas equipes alternadas caso o setor produtivo tenha essa possibilidade (adequando a cada tipo de segmento);
f) Determinar que os segmentos de serviços, comércio varejista e atacadista, que mantenham o controle de acesso dos clientes respeitando as distâncias mínimas e fornecendo meios para a higienização dos colaboradores e clientes;
g) Fornecer equipamentos de proteção para os colaboradores de vendas, produção e entrega, os quais possam, de alguma forma ter contato com outras pessoas;
h) Garantir aos colaboradores que se enquadram no grupo de risco fiquem de quarentena;
i) Retorno de atendimento mínimos em todas os órgãos da administração pública direta;
j) Criação de canais de atendimento via whatsapp, telefone e e-mail por parte de todos os órgãos estaduais, para recebimento de documentos e solicitações, com atendimento imediato, maximizando a automatização dos processos e a digitalização do governo;
k) Veto de qualquer legislação que controle preços de mercado, por compreender que resultam inevitavelmente em redução de oferta e escassez de produtos essenciais, bem como que são inválidos por inconstitucionalidade;
l) Possibilidade de retirada de produtos no local, através e sistema de drive-thru ou outro ponto no estabelecimento;
m) Campanhas publicitárias de conscientização sobre a necessidade de retomada econômica e de minimização do medo de sair de casa incutido na população pelo momento pandêmico atual, proporcionando que as populações de baixo risco voltem a circular e viver suas vidas de maneira mais próxima do normal.
Entende-se também que medidas para acréscimo da capacidade do sistema de saúde do Estado de Santa Catarina se fazem urgentes, de maneira a contribuir com a flexibilização nas medidas de isolamento social.
Por fim, entendemos que, juntos, podemos seguir mantendo o Pulso de Santa Catarina, protegendo vidas, retomando a atividade econômica produtiva e buscando um futuro para o nosso pujante estado catarinense.
Agradecemos antecipadamente a vossa sensível atenção e pronto atendimento ao presente pleito, cujas organizações signatárias manifestam.
Atenciosamente, MOVIMENTO DE ENTIDADES REAGE SC
1. ABRAPE – Associação Brasileira de Promotores de Eventos
2. ABRASEL – SC
3. ACATE – Associação Catarinenses de Tecnologia 4. ACATS – Associação Catarinense de Supermercados
5. ACEPA/CDL – Associação Comercial e Empresarial de Palma Sola
6. ACIB – Associação Empresarial de Blumenau
7. ACIBIG – Associação Empresarial e Cultural de Biguaçu
8. ACIC -Associação Comercial e Industrial de Chapecó
9. ACIC – Associação Empresarial de Canoinhas
10. ACIC – Associação Empresarial de Criciúma
11. ACID – Associação Comercial e Industrial de Descanso
12. ACIF – ASSOCIAÇÃO EMPRESARIAL DE FLORIANÓPOLIS
13. ACIG – Associação Empresarial de Gaspar
14. ACII – Associação Comercial e Industrial de Itajaí 15. ACIIO – Associação do Comércio e Indústria de Iporã do Oeste
16. ACITA – Associação Comercial e Industrial de Itá 17. ACIL – Associação Comercial e Industrial de Lages
18. ACIM – Associação Empresarial de Mondaí
19. ACIP – Associação Comercial e Industrial de Palmitos
20. ACIP – Associação Empresarial de Palhoça
21. ACIP – Associação Empresarial de Pomerode
22. ACIP – Associação Comercial e Industrial de Pinhalzinho
23. ACIPG – Associação Empresarial de Presidente Getúlio
24. ACIRS – Associação Empresarial de Rio do Sul 25. ACISA-CP – Associação Comercial e Industrial de Cunha Porã
26. ACIS – Associação Comercial e Industrial de Seara
27. ACIS – Associação Comercial e Industrial de Sertãozinho
28. ACISJO – Associação Comercial e Industrial de São João do Oeste
29. ACISMO – Associação Empresarial de São Miguel do Oeste
30. ACIT – Associação Comercial e Industrial de Tijucas
31. ACIUR – Associação Empresarial de Urubici
32. ACIX – Associação Comercial e Industrial de Xavantina
33. ACIVALE – Braço do Norte
34. ADVB – SC
35. ADAC – Associação de Distribuidores e Atacadistas Catarinenses
36. AE – Associação Empresarial de Maravilha
37. AEA – Associação Empresarial de Agrolândia
38. AEMFLO – CDL / SÃO JOSÉ
39. AECF – Associação Empresarial de Coronel Freitas
40. AMI – Associação do Município de Iraceminha 41. ASSEMIT – Associação dos Empresários de Itapiranga
42. AVIP – Associação Visite Pomerode
43. CDL – FLORIANÓPOLIS
44. CDL – CHAPECÓ
45. CEC – Centro Empresarial de Chapecó
46. FACISC – Federação das Associações Empresariais de SC
47. FLORIPA SUSTENTÁVEL
48. FECOMERCIO – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina
49. FORTUR – Fórum de Turismo de Florianópolis 50. SEBRAE – SC
Nota do editor floripamanha.org: A Associação FloripAmanhã é uma das fundadores e participa ativamente do FORTUR e do Floripa Sustentável, do qual é a atual entidade coordenadora.
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