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Da Coluna de Moacir Pereira (NSC, 11/01/2020)

A reabertura da Ponte Hercílio Luz revelou, para Santa Catarina e o Brasil, um fenômeno surpreendente. Multidões de moradores e turistas passaram horas circulando, fotografando e observando a notável obra de engenharia que se executou na completa restauração. Ninguém previu adesão tão espontânea e significativa. Um acontecimento que exige cuidadosa análise das autoridades, técnicos e estudiosos. Ficou a impressão de que o povo adotou a ponte, melhorou a autoestima e se sentiu orgulhoso do maior ícone.

Assim, o futuro uso da Ponte Hercílio Luz merece um planejamento criterioso. Em primeiro lugar, manter um sistema de acesso que facilite o desfrute pela população e visitantes. É impossível apenas reabri-la para veículos. Os estudos sobre os entornos são desconhecidos. A expressiva visitação recomenda, de forma enfática, a instalação de empreendimentos de recreação e lazer, como bares, restaurantes, ateliers de artistas, lojas de suvenires e produtos catarinenses nas cabeceiras insular e continental.

Além, obviamente, de espaços adequados e humanizados para circulação de pedestres e convívio social. Como há na Ilha extensa área do chamado Parque da Luz, é possível prever equipamentos de recreação para crianças e de descanso para idosos. Sonho com um imenso deck de madeira abraçando a base das duas torres, junto ao mar, como o que acontece sob a Ponte 25 de Abril, em Lisboa, uma das áreas mais visitadas de Portugal.

Sonho com iluminação colorida e a ponte sonorizada, com exibições noturnas, como ocorre na Grand-Place de Bruxelas, considerada por Victor Hugo a mais bela do mundo. Ali, às 22h, ao som de “1492 – A Conquista da América”, de Vangelis, tem-se um espetáculo único em minutos de grande emoção.

O povo que pagou merece desfrutar da nova e bela Hercílio Luz.

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