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Ser açoriano

Foto: Governo dos Açores – Rui Bettencourt

Artigo de Rui Bettencourt
Secretário Regional da Presidência e das Relações Externas do Governo dos Açores

Lélia Nunes, Açoriana de 271 anos – como gosta de dizer para vincar bem que é como aqueles que desembarcaram em Santa Catarina em 1748 – traz elementos para uma reflexão e um debate que um dia tem que ser feito: afinal, o que é ser Açoriano? Sendo muito mais do que ter nascido nos Açores – e os Açorianos de Santa Catarina ou os Azoreños do Uruguai são disso um exemplo -, como definir ser Açoriano hoje? Um sentimento comum? Certamente que sim, mas, então, um sentimento forte! Uma pertença?  Com orgulho e plenitude! Pertença plena a uma História, a um território, a uma família. Uma identidade? Uma cultura? Claro que sim, e Santa Catarina mostra isso mesmo, como muito bem descreve Lélia Nunes.

Um projeto coletivo que implica todos? Será necessário que assim seja, imaginando novas formas de todos os Açorianos poderem participar no projeto açoriano, estejam onde estiverem.

Para se perceber a dimensão da Açorianidade e o que é ser Açoriano, hoje, é necessário conversar com os Açorianos que vivem em Toronto, no Quebeque ou em Winnipeg, em Florianópolis, em São Paulo, Porto Alegre ou no Rio de Janeiro, na Bermuda, na Califórnia, na Nova Inglaterra ou no Continente português, ou ainda falar com os Azoreños do Uruguai tal como se conversa, ouve, observa, compreende, aqueles que vivem no Corvo, na Graciosa, nas Flores ou em São Jorge, no Pico ou no Faial, em S. Miguel, na Terceira ou em Santa Maria. Perceber quão ricas são as complementaridades entre Açorianos e quão forte é o que têm em comum.

A primeira pergunta a fazer – a mais fácil – será: como é possível que todos estes Açorianos que tiveram as mais variadas histórias de vida, nos mais diversos cantos do Mundo – numa História de seis séculos que se desenrolou numa Geografia ora arquipelágica ora Mundial – mantenham um tal apego, um tal orgulho dos Açores e uma tal saudade do arquipélago?

Há poucas diásporas no mundo não só com tal dimensão – estamos perante uma diáspora de mais de um milhão de pessoas, 4 vezes mais cidadãos a viver fora do que os que habitam o seu espaço de referência –, mas igualmente que vivam com tal intensidade a sua pertença a um Povo.

O grande Vitorino Nemésio, pai da Açorianidade, referia que “a geografia, para nós, vale outro tanto como a história”, o que nos pode dar a chave para compreender o que norteia a Açorianidade de mais de um milhão de açorianos no mundo.

Os Açorianos mostram bem, e cada vez mais intensamente, que desejam moldar, com orgulho, a sua História e ocupar, com brilho, a sua Geografia. E como seria possível, sabendo como são os Açorianos, que assim não fosse?

(ND, 30/11/2019)

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