Valdir Agostinho: o sucesso do show “A vida é uma festa”

Da Coluna de Moacir Pereira (NSC, 02/11/2019)

Maior expressão da arte popular de Florianópolis, compositor e músico de grande talento, o cantor Valdir Agostinho foi aplaudido de pé ao final do show “A vida é uma festa”, na noite desta sexta-feira (1º) no Teatro do Centro Integrado de Cultura (CIC).

Com uma energia impressionante para seus 63 anos, cantou, dançou e pulou durante duas horas e 20 minutos, com direito apenas um curto intervalo de uma música, para colocar um figurino exclusivo de sua criação, elaborado com material reciclado colorido e coberto de luzes.

Ao invés de surgir esfuziante no fundo do palco, como no início do belíssimo e contagiante espetáculo, Agostinho saiu do fundo do teatro,no meio da plateia.

Cantando e encantando, alterando o figurino pessoal a cada nova música, com letras que enaltecem as belezas naturais da Ilha de Santa Catarina, os pescadores, a Barra da Lagoa e a Lagoa, defendendo a natureza e combatendo a má destinação do lixo, Valdir Agostinho dominou o palco com comunicação e e costumeira criatividade.

O cenário era único, típico de sua vida dedicada a arte popular, as pandorgas e as marcas da vida, como peixes estilizados suspensos no teto do palco.

A  banda Bernunça Elétrica, que acompanha o cantor desde a década de 1990, teve uma participação extraordinária. Com músicos de alto nível, afinados, identificados com o personagem, deu um brilho especial com arranjos igualmente criativos.

Vários convidados abrilhantaram ainda mais o musical, seja pela presença da banda Stonkas, seja por cantores especialmente convidados, como Gazu e Claudia Barbosa.

A produção e realização do show mobilizou um grupo de 30 pessoas, sob a coordenação do empresário Murilo Naspolini.  Ele teve motivação e a ideia depois de levar Agostinho para uma apresentação em Fortaleza, no Ceará, quando enlouqueceu o público nordestino.

Durante seis meses os voluntários dividiram as tarefas e trabalharam na montagem do espetáculo.  Como patrocinadores a Cidade Pedra Branca e o grupo Calzone.

Valdir Agostinho gravou até hoje apenas um CD.  O maravilhoso espetáculo do dia 1º de novembro, com uma empolgadíssima presença de um grande público da Barra da Lagoa e o teatro lotado, são indicativos de que está a merecer um DVD para imortalizar sua obra artística e a mais fina flor das manifestações populares e culturais da Ilha de Santa Catarina.