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Foto: Facebook

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Artigo de Bernardo Meyer
Coordenador do Observatório de Mobilidade Urbana da UFSC

Os debates em torno da preservação do meio ambiente e a sua sustentabilidade tem marcado o segundo semestre do ano, em função de polêmicas produzidas no âmbito nacional, no tocante ao enfrentamento da queimadas e das mudanças climáticas antrópicas. Diante das discussões, cabe questionar o que pode ser feito em termos de mobilidade urbana para contribuir para a preservação do meio ambiente e melhoria da qualidade de vida das pessoas nos centros urbanos.

Uma primeira constatação é que no Brasil tem havido pouco investimento no sentido de aproximar o país das práticas sustentáveis observadas em outros países. Ainda que crescentes, ainda são poucas e tímidas as iniciativas de promoção de uso de modais não motorizados e de uso de fontes de energia não poluentes para o transporte urbano nas cidades. Mesmo no contexto latino americano, é possível ver outros países avançando com maior rapidez na adoção de ônibus movidos a energia elétrica para o transporte público de passageiros.

Recentemente, em julho de 2019, a cidade de Bogotá na Colômbia divulgou a abertura de licitação para aquisição de 600 ônibus elétricos, formando a maior frota da América Latina. Santiago do Chile atualmente já conta com 285 ônibus 100% elétricos. É justamente neste intuito que o Observatório da Mobilidade Urbana da UFSC vem trabalhando em parceria com a agência alemã GIZ para apoiar o governo do Estado na elaboração de edital de licitação para o transporte público metropolitano na região da Grande Florianópolis. Busca-se por meio dessa estabelecer exigências que obrigue a empresa vencedora do certame a operar com um percentual de ônibus movidos a energia elétrica ou biometano, de modo a contribuir para redução da poluição atmosférica, o qual deve ser incrementado com o transcorrer do contrato.

A equipe da UFSC está estudando opções de abastecimento e infraestrutura necessárias para que o uso de ônibus limpo não provoque qualquer prejuízo à eficiência operacional. A escolha dessas tecnologias alinharia a região metropolitana da Grande Florianópolis à tendência internacional de uso de transporte público não poluente e serviria de exemplo a muitas outras cidades no país e no mundo.

(ND, 31/10/2019)

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