Da Coluna de Renato Igor (NSC, 21/11/2019)
Competente que é, o repórter Mateus Boaventura, da Rádio CBN Diário, nos contou a história do triste fim do iate Casablanca. É inacreditável, mas um iate locado para festas foi impedido de atuar em função do barulho. A felicidade agride. Primeiro foi o embarque e desembarque de passageiros, na Baía Sul, que era “muito barulhento”. Veio ação na justiça. Ato contínuo, o empresário contrata uma escuna para pegar os passageiros na marina e levá-los até o iate, já com música, porém, distante da costa.
Segundo o próprio repórter Mateus Boaventura, houve o interesse do proprietário do barco até de construir uma marina no passado. Evidentemente que não conseguiu.
Tem uma hora que o empreendedor cansa. O iate Casablanca cansou. Será recuperado em Itajaí e vendido para operar em São Paulo. Irá divertir os paulistas. Será um equipamento turístico e para eventos em outro Estado, não em Santa Catarina, mais difícil ainda, em Florianópolis. Um barco gera mais de dez empregos diretos e indiretos. Além do pilotos, equipe de apoio, marina, manutenção, fornecedores de bebidas, alimentos e serviços. Empregos que existiam e não existem mais. Poderiam existir. Mas depende de Florianópolis. O que a cidade quer?
Quer fazer política barata e populista e expulsar o evento Folianópolis que em três noites, com zero recurso público, lota hotéis e injeta R$25 milhões na economia local? Por que não falar de um empreendimento de loteamento planejado na Barra da Lagoa que aguarda há mais de 20 anos por autorização? E a estrada do acesso à Ressacada? Você sabia que o Ministério Público Federal exigiu que o adensamento das pedras fosse por efeito gravitacional, para evitar risco de vazamento de óleo das máquinas no mangue? Não seria mais fácil fazer a obra com tratores e criar um plano de gestão de risco? Mas a cidade teve que esperar. E não foi pouco tempo. E a estrada do aeroporto? Você sabia que o projeto de licenciamento foi feito sem o projeto de iluminação? Sabes porque? Órgãos de controle queriam estudos do impacto da luz na fauna e na flora. Para apressar e fazer a coisa acontecer, mandaram sem luz. Não teria estrada se mandassem o projeto com iluminação.
Você sabia que, no passado, os decks de praia em Jurerê Internacional eram mantidos pelo setor privado, principalmente os beach clubs? Eram impecáveis. Vieram as ações demolitórias. Resultado: quem fazia a manutenção com dinheiro privado, com medo, tirou o time de campo. Hoje, como está? A prefeitura, com dinheiro do contribuinte faz a manutenção, não com a mesma competência e regularidade.
Menos mal que há um movimento positivo em Florianópolis. As entidades, sem vaidades pessoais, estão conectadas, via Floripa Sustentável. O Floripa Conecta, fruto da ousadia de Sebrae, Acif, Fiesc, Acate, Certi e CDL são um exemplo de articulação. A prefeitura participa ativamente das discussões. Esse é o caminho para Florianópolis vencer o atraso.
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