A nanotecnologia figura entre os eixos do Plano de Desenvolvimento Econômico Municipal (Pedem) de Florianópolis, que prevê ações de políticas públicas integradas para o desenvolvimento da cidade nos próximos dez anos. Elaborado por meio da parceria entre Prefeitura e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o primeiro plano estratégico vai funcionar de forma sistêmica para alavancar os principais setores da cidade com base no turismo e na tecnologia.
O Pedem mapeou cinco eixos que demandam políticas e ações públicas: (1) Turismo Comércio, Economia Criativa e do Mar; (2) Tecnologia da Informação e Comunicação; (3) Tecnologia em Saúde e Bem Estar; (4) Nanotecnologia e Novos Materiais; e (5) Energia. Uma das metas discutidas no âmbito do eixo nanotecnologia e matérias inovadores foi a criação de uma data que celebre os avanços na área.
O projeto de lei foi aprovado neste mês de outubro pela Câmara de Vereadores de Florianópolis e, a partir de agora, 1º de Março passa a ser, então, o Dia Municipal da Nanotecnologia. O ato é uma homenagem ao Laboratório de Toxicologia Ambiental (Labtox) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), responsável por pesquisas e formação de recursos humanos de alto nível no contexto da nanotecnologia e nanotoxicologia.
O Labtox foi criado em 1º de março de 1997 pelo professor William Gerson Matias, supervisor do setor desde seu início. Neste período, alunos e pesquisadores do laboratório publicaram 32 dissertações, 12 teses, além de 50 artigos científicos em revistas internacionais. Deste total, 8 dissertações, 4 teses e 21 artigos relacionavam-se ao campo da nanotecnologia.
A nanotecnologia é uma ciência interdisciplinar que lida com o desenvolvimento de materiais em nanoescala, com alteração em alguma de suas propriedades. A interdisciplinaridade da nanotecnologia envolve conhecimentos em Física, Biologia, Matemática, Engenharias, Ciências de Materiais, entre outras. Essa ciência tem sido mais explorada nos últimos anos, principalmente devido aos avanços tecnológicos, como dos microscópicos de alta resolução e dos processos químicos capazes de rearranjar e moldar átomos e moléculas.
A criação de materiais com características diferenciadas àqueles encontrados na natureza confere à nanotecnologia uma ampla possibilidade de aplicações industriais. Por outro lado, existem poucos estudos sobre os possíveis efeitos toxicológicos dos nanomateriais quando comparados ao seu estado macroscópico. Dessa maneira, surge o campo da nanotoxicologia, termo utilizado a partir de meados dos anos 2000.
O desenvolvimento seguro das nanotecnologias tem impactos benéficos em nível científico, tecnológico, social, ambiental e econômico. Neste contexto, o Labtox foi o primeiro a promover estudos toxicológicos sobre nanoestruturas (nanotoxicologia) no estado de Santa Catarina e um dos primeiros no Brasil.
(UFSC, 18/10/2019)
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