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Audiência propõe que Escola Antonieta de Barros seja destinada a centro cultural

O prédio onde funcionava a Escola Antonieta de Barros, no centro de Florianópolis, deve ser transformado num centro histórico e cultural da valorização da cultura negra catarinense. Essa foi a principal proposta da audiência pública promovida pela Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa na noite de terça-feira (17), no Plenarinho, com a presença de lideranças do movimento negro e cultural da Capital. A proposta será apresentada ao governador Carlos Moisés (PSL), em audiência que será solicitada pela presidente da comissão, deputada Luciane Carminatti (PT), com apoio de um grupo formado pelos participantes do encontro.

A deputada, proponente da audiência pública, relatou que o imóvel, no centro histórico de Florianópolis, está abandonado há mais de dez anos. A edificação pertence ao governo estadual e é parte de um conjunto urbano tombado pelo município. Em 2017, o prédio chegou a ser cedido à Alesc, mas em março deste ano foi devolvido. Luciane disse que independentemente do resultado da decisão do uso das instalações, será necessária uma ampla reforma, incluindo reparos estruturais, o que demanda tempo e alto investimento por parte do poder público estadual (estimado em R$ 2 milhões pela Secretaria Estadual de Educação, em 2016).

O encontro resultou de uma articulação com o mandato do vereador Lino Peres (PT) e a Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros, que defenderam a valorização cultural e histórica da professora que dá nome ao prédio, Antonieta de Barros – primeira deputada estadual de Santa Catarina e primeira deputada negra do Brasil – e da região do centro histórico em que a edificação está localizada.

A vice-presidente da Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros, Carol Carvalho, defendeu a utilização do imóvel como valorização da cultura negra catarinense, sugerindo a construção de biblioteca e espaços para eventos e cursos. O gerente de Articulação e Negócios da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis, Hélio da Silva Leite Júnior, coordenador do Distrito Criativo do Leste do Centro Histórico da Capital, também defendeu a utilização do espaço como valorização cultural e histórica, mas com uma área compartilhada que valorize a vocação econômica da região central da Capital. “Precisamos readequar todo o centro, revitalizar o centro histórico da nossa cidade.”

A presidente da Fundação Catarinense de Conservadores e Restauradores de Bens Culturais, Suzane Albers Araújo, destacou a sensação de tristeza das pessoas ao verem um prédio histórico desta magnitude abandonado. Desde que foi fechada a escola em 2008, a edificação tem sofrido problemas estruturais por falta de manutenção e nós defendemos que o prédio seja utilizado como forma de preservar sua estrutura, resumiu Suzane.

O diretor de gestão patrimonial da Secretaria de Estado da Administração, Welliton Saulo da Costa, órgão responsável pelo prédio onde funcionava a Escola Antonieta de Barros, disse que atualmente há somente um estudo em análise no governo estadual de utilização da edificação para o arquivo histórico, aproveitando os projetos desenvolvidos pela Assembleia Legislativa, mas ainda não há definição. Ele acrescentou que todos podem acompanhar a análise pelo site da secretaria e que o governo está interessado em ouvir as propostas para utilização do imóvel.

A pedido da deputada Luciane Carminatti, o diretor e a secretária-adjunta da Secretaria de Estado da Educação, Carla Silvanira Bohn, vão apoiar o pedido de audiência com o governador para apresentar a proposta resultante da audiência pública.

(Agência AL, 18/09/2019)

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