Um grupo de trabalho formado por técnicos do governo do Estado e da prefeitura de Florianópolis já estuda projetos para a utilização do entorno da Ponte Hercílio Luz. Essa e outras informações foram apresentadas na segunda edição da Oficina Criativa Ponte Viva, promovida pela Associação FloripAmanhã, ontem à tarde, na sede da CDL (Câmara de Dirigentes Logistas).
A oficina contou com palestras que avaliaram a importância da ponte como monumento histórico e ligação com o continente, além das intervenções no sistema viário e entorno. “O objetivo é conhecer os projetos e planos no que diz respeito às cabeceiras e debater novamente o tipo de uso que será feito pela ponte, apesar de já termos feito essa discussão”, disse a presidente da FloripAmanhã, Anita Pires.
O secretário adjunto de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Thiago Vieira, destacou que a reforma da ponte Hercílio Luz é muito mais do que uma obra. “A gente precisa pensar na ponte como se fosse um santuário, e não uma obra. A ponte Hercílio Luz precisa trazer a magia da Ilha e encantar. E só faremos isso se tivermos um conjunto de serviços atrativos”, declarou, para ressaltar o potencial de desenvolvimento turístico da região.
O secretário municipal de Transportes e Mobilidade Urbana, Michel Mittmann, informou que a prefeitura já trabalha há dois anos no planejamento do entorno da ponte Hercílio Luz, levando em conta a importância da estrutura no contexto da mobilidade local e regional.
Segundo Mittmann, os estudos iniciais apontam que a estrutura pode ser utilizada como grande vetor do transporte coletivo com as linhas já existentes. “Só com um remanejamento, a gente já consegue buscar 65 mil passageiros, ou seja, um terço das pessoas que andam em automóveis nas duas pontes”, salientou.
A ideia inicial de priorizar a abertura da ponte Hercílio Luz para pedestres, ciclistas, transporte coletivo e veículos de emergência segue mantida, mas tudo isso será executado de forma gradativa. “É necessário termos cautela na forma como vamos utilizá-la e deixar o tempo adequado para transferir as linhas de transporte coletivo gradativamente”, explicou.
O uso do automóvel na ponte Hercílio Luz não está descartado totalmente, mas Mittmann chama atenção que a simples transferência de veículos para a estrutura reformada resultaria em mais uma ponte sem mobilidade.
A ideia é simular o uso do automóvel individual, de forma coordenada, em horário alternativos ou com mais de uma pessoa, considerando que em Florianópolis, cada 10 carros leva 13 pessoas, enquanto um ônibus pode transportar até 70 pessoas. “Ou a gente aprende a lidar com a mobilidade através de novos paradigmas ou a gente vai repetir os erros do passado”, ressaltou.
Em relação ao entorno, Mittmann relata a necessidade de uma sequência lógica de projetos de interação. Porém, inicialmente, a atenção maior será dada aos projetos de conectividade, ou seja, que ligam a ponte Hercílio Luz a algum lugar. “Nessa primeira fase vamos dar condições de chegada mínimas que vão evoluir no tempo”, informou.
Porém, no futuro, o objetivo é aproveitar o potencial de desenvolvimento turístico da região, com o Forte Santana, o Parque da Luz e os terrenos das cabeceiras que pertencem ao governo do Estado. “A gente está querendo criar uma agenda positiva de planejamento ao longo do tempo a partir desse marco da engenharia nacional que é a ponte Hercílio Luz”, completou.
Cronograma da reforma segue inalterado
A reforma da ponte Hercílio Luz prossegue normalmente com o cronograma executado pela empresa Teixeira Duarte. De acordo com o secretário adjunto de Infraestrutura e Mobilidade, Thiago Vieira, faltam quatro etapas para o término da reforma que deverá ser concluída em 30 de dezembro de 2019.
Atualmente, os trabalhadores atuam da desmontagem das torres provisórias. No final do mês está prevista a última operação de transferência de carga. Na sequência será realizada a conclusão da montagem do tabuleiro de 7,9 mil metros quadrados que já está 85% instalado. Por último, e com previsão de término em março de 2020, será feita a desmontagem das estruturas de apoio que seguraram a estrutura para substituição das barras de olhal.
Ainda no último dia 25 de julho, a secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade assinou mais um termo aditivo de recurso da ordem de R$ 14 milhões. Com isso, a reforma já terá custado aos cofres públicos R$ 348,7 milhões. O aditivo é referente ao prolongamento do prazo da obra, que se estende até março de 2020 com a desmontagem das estruturas de apoio.
(ND, 12/08/2019)
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