Da Coluna de Fabio Gadotti (ND, 20/02/2019)
Um dos palestrantes do evento “Doing Business with Portugal”, promovido nesta terça-feira (19) em Florianópolis pelo World Trade Center Joinville, Gusmão falou à coluna sobre a experiência da Fábrica de Startups, que funciona no Rio de Janeiro desde o ano passado, e do ambiente de negócios e inovação na Capital catarinense. “A cidade está muito bem estruturada”, considera.
Em que momento está a Fábrica de Startups, criada no início do ano passado?
Em novembro inauguramos nossa sede no Rio. É um espaço de 3,2 mil metros quadrados, onde vamos acelerar 130 startups em 2019. Temos sete grandes empresas lá, mas com o objetivo de chegarmos a 10 em breve. Elas trazem os seus desafios e a gente desenvolve inovação com as startups. Mas, mais do que isso, trabalhamos com todas as grandes empresas na sua cultura de inovação aberta, com todos os funcionários.
Quando se fala em inovação e estímulo ao empreendedorismo, como você avalia o ambiente de negócios em Florianópolis?
Em questão de ecossistema de startups e de inovação, Florianópolis é de fato um case positivo. Admiro muito a cidade nesse sentido, pela organização. A cidade é muito conectada. Os diversos atores estão conectados, se conhecem, conversam e fazem negócios juntos. Pela Fábrica de Startups participamos do grupo de desenvolvimento da lei municipal de inovação do Rio de Janeiro e boa parte dela foi inspirada na lei de Florianópolis, que está muito bem estruturada. O trabalho feito aqui na Capital foi espetacular. Aqui a lei já está aprovada e lá no Rio ainda estamos lutando para aprovar. Agora a questão de Florianópolis é ganhar mais protagonismo e se conectar mais com os mercados nacional e internacional.
O que é mais importante para que esse ecossistema de inovação seja sólido e torne a cidade ainda mais competitiva?
A conexão público-privada é essencial. É o que aconteceu em Portugal. Existem fundos públicos e privados: as empresas colocam 1, o governo entra com 2. Então isso precisa ser bem organizado. Aqui parece que já existe: uma lei municipal de inovação em vigor, com início de uma estratégia de governo ancorada e crescimento da participação da tecnologia no PIB. Isso é interessante. O setor privado já criou essa base de conexões e de bons produtos. Agora é se juntar para crescer a fatia desse bolo. Portugal tem um negócio interessante: toda missão internacional precisa levar um número “x” de startups. Porque eles querem mostrar que têm startups boas. Como Florianópolis pode começar a mostrar para o mundo que tem um ambiente de negócio e tecnologia rico?
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