Tendo em vista o aumento de informações sobre as baleias enredadas e ainda, após o desenredamento bem-sucedido ocorrido em Garopaba, Santa Catarina, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) vem a público explicar que o enredamento de cetáceos nem sempre causa risco de morte ao animal. Por isso, não se justifica que as pessoas arriscarem a vida na tentativa de retirar as redes de pesca e, na grande maioria dos casos, não se faz necessária uma intervenção na tentativa de retirada das redes.
Os casos devem ser registrados em fotos e vídeos, que podem ser enviados para a unidade de conservação APA da Baleia Franca (apadabaleiafranca@icmbio.gov.br/Whatsapp 48 91705077), que serão analisados por profissionais treinados em procedimentos internacionais para atendimento deste tipo de ocorrência, antes de qualquer tentativa de resgate.
O Instituto adverte às pessoas para não tentarem desenredar as baleias, pois trata-se uma atividade de extremo risco e que requer pessoal treinado para sua realização com segurança, mas que comuniquem imediatamente os órgãos competentes, para que as situações possam ser analisadas com a rapidez necessária.
A maior parte das ocorrências de enredamento de baleias na região refere-se a baleias franca com pedaços de redes de pesca presas às calosidades existentes na cabeça dos animais. Esse tipo de enredamento ocorre quando as baleias passam por redes de pesca e as arrebentam, carregando um pedaço de “malha de rede” que fica presa às calosidades da cabeça.
Quando essa situação acontece, a rede tende a sair sozinha da baleia, sem necessidade de interferência para remoção. “Isso já foi constatado diversas vezes, através da reavistagem de baleias fotoidentificadas. Há casos registrados durante os sobrevôos de monitoramento realizados pelo PBF/Instituto Australis quando conseguimos fotoidentificar os indivíduos e reavista-los, em oportunidades posteriores, sem as redes em seus corpos”, informa Karina Groch, que há mais de 20 anos estuda as baleias no território da APA.
A avaliação destes casos, no entanto, é importante, e é necessário verificar se a baleia está se deslocando normalmente e se a condição corpórea mantém-se íntegra. O primeiro sinal de debilidade corpórea nas baleias franca é o aumento na quantidade de ciamídeos, crustáceos vulgamente conhecidos como piolhos de baleias, em regiões fora das calosidades características da espécie.
Caso não haja restrição de movimento (natação) e evidência de debilidade corpórea, não há necessidade de intervenção. No caso de adulto acompanhado de filhote, é necessário analisar a quantidade de rede e verificar se há risco de enroscar no filhote.
Assim, solicita-se às pessoas que observam as baleias na APA da Baleia Franca, e, quando houver avistamento de baleias enredadas, que procurem registrar o fato com imagens, informando local, data e horário à equipe da Unidade de Conservação ou aos seus parceiros no Protocolo de Encalhes e Enredamentos da APA da Baleia Franca.
Caso encontro uma baleia enredada no litoral catarinense, por favor, informe a um destes órgãos.
APA da Baleia Franca/ICMBio: (48) 3255-6710/ 991705077
IBAMA/SC: (48) 3212-3368/ 3212-3356/ 32123300
Projeto Baleia Franca: (48) 3255-2922/ (48) 9919-4400
UFSC / Laboratório de Mamíferos Aquáticos: (48) 37217150
Museu de Zoologia Professora Morgana CirimbelliGaidzinski da UNESC (Criciúma): (48) 3431-2573
UDESC: (48) 9696-6025
Polícia Militar Ambiental: Laguna:(48) 3647-7880/ Maciambú: (48) 3286-1381/ Florianópolis: (48) 36654770/ Rio Vermelho: (48) 36654487 / Maracajá: (48) 3529-0187
(ICMBio, 03/09/2018)
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