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Artigo de Anderson Nazário – Advogado

Florianópolis é uma cidade que precisa urgentemente adotar práticas da acupuntura urbana, focada principalmente na melhoria da sua mobilidade, sob pena de tornar impossível a locomoção da sua população. Isto porque a prática da acupuntura urbana busca executar pequenas mudanças, capazes de gerar grandes melhorias para a cidade em geral.

Como exemplo, pode-se citar as seguintes intervenções: nova pintura da alça da ponte Colombo Salles, de entrada na Ilha, ampliando de duas para três faixas, que aumentarão em 50% a vazão do tráfego oriundo da via-expressa; nivelamento dos acostamentos existentes entre a última ponte da avenida da Saudade e começo da SC-401, aumentando em 33% a capacidade de tráfego e reservando duas pistas para o norte da Ilha e outras duas para o leste da ilha; asfaltamento da saída do bairro Itacorubi, em frente à Epagri, reduzindo as filas de veículos que se originam da região leste; proibição de estacionamento em um dos lados das ruas próximas à entrada da avenida Madre Benvenuta, melhorando o fluxo de veículos daquela região; reposicionamento dos estacionamentos em frente ao Teatro Álvaro de Carvalho, acelerando a distribuição dos veículos que se originam da avenida Nereu Ramos; revisão de pontos de paradas de veículos de transporte de valores em frente a instituições financeiras.

Dito isso, importante lembrar que o conceito de acupuntura urbana foi sustentado pelo teórico social finlandês Marco Casagrande e muito praticado por Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba, cidade que foi referência em mobilidade por muitas décadas. Além do mais, por se tratarem de pequenas intervenções, não provocam grandes incômodos à população enquanto estão sendo executadas, gerando pouquíssimos danos colaterais, nem mesmo aqueles pequenos e temporários. Como se não bastasse, tais intervenções podem ser realizadas na grande maioria das vezes pela própria estrutura municipal, sem depender de novas licitações ou desapropriações, o que acelera muito a percepção de seus resultados pela população e a consequente aprovação de tais atos da administração municipal.

(ND, 01/08/2018)

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