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Leste da Ilha é candidato a Reserva Mundial do Surfe

Santa Catarina e o Brasil poderão ter duas Reservas Mundiais de Surfe em 2018. Entidades ligadas ao esporte inscreveram para o título a Bacia Hidrográfica da Lagoa da Conceição, que engloba as praias Moçambique, Barra da Lagoa, Galheta, Mole e Joaquina, além dos parques Dunas da Lagoa e do Rio Vermelho. No dia 6 de agosto, a Save The Waves Coalition, entidade que aprova e financia as reservas, confirmou a inscrição: Florianópolis está concorrendo!

Em dezembro de 2016, a STW elegeu a Guarda do Embaú, em Palhoça, como a 9ª Reserva Mundial do Surfe, sendo a primeira no Brasil. Desde então, a entidade tem apoiado e investido em políticas de preservação ambiental e valorização dos surfistas locais. Agora, a Capital catarinense também poderá ter essa distinção.

O biólogo e surfista Márcio Mortari foi quem inscreveu a Bacia da Lagoa da Conceição e representa o movimento World Surf Reserve Floripa. Morador do Rio Vermelho, Márcio luta pela preservação ambiental do Moçambique – ele trabalha com permacultura, e sua casa é ecologicamente correta, pensada para não agredir o meio ambiente. O surfista conta que a ideia inicial era inscrever apenas a praia do Moçambique, mas entende que as outras do leste não poderiam ficar de fora.

— A ideia de simplesmente pegar o Moçambique não teria relevância, porque a Barra da Lagoa também deveria entrar. É o berço do surfe em Florianópolis. A Joaquina também não poderia ficar de fora. Florianópolis foi conhecida pelo mundo através do Hang Loose Pro Contest. E os critérios que eles consideram envolvem as questões ambiental, que é prioritária, a cultura do surfe e o engajamento comunitário. Então a ideia de ampliar foi justamente para reforçar esses três pontos. A Lagoa, por exemplo, tem uma forte cultura comunitária.

Márcio salienta que a intenção, com a Reserva Mundial de Surfe, é criar em todas as comunidades da Bacia da Lagoa da Conceição uma uma cultura socioambiental que seja compassiva, inclusiva e solidária – os três eixos da campanha.

E falando em Hang Loose Pro Contest, o australiano Tom Caroll, campeão da edição de 1987, está apoiando a candidatura de Florianópolis. Márcio acredita que a imagem do famoso surfista é importante para valorizar Florianópolis.

No e-mail em que confirmou a candidatura da Capital catarinense, a STW informou que apoia a proposta de Florianópolis como uma Reserva Mundial de Surfe. “Seguindo o exemplo do processo de criação da WSR Guarda do Embaú, a proposta de reconhecimento da WSR Floripa será submetida à Save The Waves Coalition (STW), com sede em Santa Cruz, Califórnia (EUA), até 30 de setembro de 2018. Consciente de que este é um processo seletivo, se a WSR Floripa for premiada com a aprovação da STW (resposta até novembro de 2018), nos disponibilizamos para futuras interações dentro do projeto”.

São muitas as entidades envolvidas na candidatura do leste da Ilha de SC. Entre elas estão a Federação Catarinense de Surf (Fecasurf), as associações de surfistas da Joaquina, da Mole e do Moçambique, as associações de moradores da Lagoa da Conceição e do Rio Vermelho, a Salva Surfe e a Associação Surfe Sem Fronteiras, que promove o surfe adaptado em SC.

O que mudou na Guarda do Embaú desde o título

O empresário Marcos Kito Gurgel é o coordenador do comitê local e foi o maior cabo eleitoral nas três campanhas até que a Guarda do Embaú se tornasse a nona Reserva Mundial de Surfe. Ele conta que já se passaram 20 meses desde que a placa da STW foi fixada na entrada da praia. Desde então, a entidade norte-americana está contribuindo com duas pesquisas, uma econômica e outra sobre a manutenção do Rio da Madre. Além disso, desde a outorga a Guarda ficou mundialmente conhecida e reconhecida.

_ Agora estamos em contato direto com as nove reservas mundiais, então tudo que a gente faz aqui é expandido para as outras reservas. Todos estão sabendo o que a gente está fazendo.

O objetivo maior maior da WSR Guarda do Embaú é proteger o Rio da Madre. Por isso, estão sendo analisados 10 pontos cruciais do rio para se conhecer sua saúde. Essa coleta é feita uma vez por mês e haverá um relatório final publicado pela STW.

A outra pesquisa é chamada de surfonomics _ que mescla as palavras surfe e economia em inglês. Esse estudo, feito em parceria com UFSC, pretende avaliar o valor das ondas, baseada numa metodologia da entidade gringa.

_ São pesquisas com surfistas e pousadas para a gente saber quanto o surfista gasta com cada onda dropada. O surfe movimenta a economia da Guarda, e assim a gente pode mensurar nosso investimento e nosso retorno.

A STW está colaborando financeiramente com as duas pesquisas, pagando o salário dos pesquisadores e subsídios de locomoção.

(Hora de Santa Catarina, 14/08/2018)

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