Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 13/06/2018)
Um dos pontos altos do Congresso de Prefeitos, ontem, em Florianópolis foi a assinatura de acordo de cooperação entre o Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados, que é vinculado à Federação das Indústrias (Fiesc) e a empresa Visiona Tecnologia Espacial com a Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), governo do Estado, Consórcio de Informática na Gestão Pública Municipal (Ciga) e Investe SC. O objetivo é os municípios usarem as tecnologias de satélites oferecidas pela Visiona para melhorar a gestão nas áreas de educação, saúde, planejamento, defesa civil, meio ambiente, transporte e agricultura. Por satélites, é possível monitorar o transporte escolar, a expansão imobiliária, engarrafamentos de trânsito e outros problemas. Segundo João Paulo Campos, presidente da Visiona, empresa privada que tem como sócias a Embraer e a Telebras, o plano é tornar Santa Catarina um Estado referência no uso de tecnologias espaciais para gestão pública.
Isso será possível porque a empresa firmou recentemente uma parceria com o Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados para produzir satélites privados na sede da instituição, em Florianópolis. O primeiro satélite, de 11 quilos, será lançado ao espaço em cerca de 18 meses. A Visiona precisa testar as tecnologias embarcadas e, ao mesmo tempo, ela tem parceria com seis empresas globais de satélites que prestam diversos serviços, entre os quais monitoramento de florestas, cidades, movimento de pessoas e outros.
– O que a gente está fazendo aqui é complementar para a nossa empresa. Se não tiver pessoas que saibam utilizar os insumos que os satélites vão oferecer, eles não servirão para nada. Então, nesses dois anos que a gente vai trabalhar no projeto de produção do satélite, temos que trabalhar também nas aplicações das informações que ele gera. Vamos começar a trabalhar com prefeituras e também com empresas privadas – explica Campos.
O executivo conheceu as aplicações de satélites da prefeitura de Pequim e ficou empolgado. A gestão daquela cidade usa satélite para controlar mais de 100 indicadores, entre os quais, expansão imobiliária, tráfego e poluição.
O diretor do Senai, Jefferson de Oliveira, que trouxe para comandar o Instituto Senai o doutor em tecnologia espacial André Pierre Mattei, está confiante de que além desse projeto de satélite, outros virão.
Essa parceria com as prefeituras para usar informações de satélites surgiu de conversas entre as entidades envolvidas no Pacto pela Inovação, lançado pelo governo do Estado, revelou Jean Vogel, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico Sustentável.
– Será um grande laboratório para essa plataforma criar um ambiente de desenvolvimento – afirma Vogel.
O presidente do Consórcio de Informática na Gestão Pública Municipal (Ciga), o prefeito de Luzerna Moisés Diersmann disse que a contribuição desse projeto é verificar os
problemas comuns dos municípios e buscar soluções conjuntas.
– Interligamos 290 municípios e podemos atrair mais. Os problemas são semelhantes e os satélites podem acelerar soluções – afirma.
Conversas sobre tecnologia
Logo após a assinatura do convênio entre o Senai, Investe SC, empresa Visiona Tecnologia Espacial e a Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) um grupo de líderes das organizações envolvidas falaram animadamente sobre o mundo dos satélites e como podem melhorar a vida das pessoas. Estavam lá o diretor do Senai/SC Jefferson de Oliveira (a partir da esq.) os técnicos da Visiona Cléber Oliveira e Bruno Santos, o presidente da Visiona João Paulo Campos e o presidente do Consórcio de Informática no Congresso de prefeitos, Moisés Diersmann (D), que é prefeito de Joaçaba, o presidente da Visiona João Paulo Campos (segundo à dir.), o engenheiro de vendas da empresa Bruno Santos e o diretor do Senai/SC Jefferson de Oliveira (segundo à esq.).
Capital dos satélites
Florianópolis já é chamada Vale do Silício do Brasil porque a receita de ISS vinda do setor de tecnologia supera as demais. Mas em breve, será também a capital brasileira dos satélites e a empresa Visiona, que começou a fabricar esses produtos aqui em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Tecnologias Embarcadas será a Space X do Brasil, num trocadilho com a líder em satélites dos EUA. Quem desenha esse cenário é o diretor do Senai SC Jefferson de Oliveira. Segundo ele, um quilo de sucata custa US$ 3, um quilo de carro comum US$ 4, um quilo de ouro sai US$ 42 mil e um quilo de satélite sai US$ 52 mil. É a cristalização da imaginação e pesquisa.
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