O planejamento estratégico aliado à pesquisa acadêmica e às ferramentas tecnológicas pode ser o principal recurso para reduzir o crime organizado no Brasil. O tema foi abordado durante a palestra magna ‘Inteligência policial e o combate ao crime organizado’, ministrada pelo delegado Romano José Carneiro da Cunha Costa durante a quinta edição do Seminário Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Segurança Pública (Sicti), realizada de 27 a 29 de junho no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Para um auditório repleto de agentes de segurança e pesquisadores da área, Costa falou sobre o subsistema de inteligência de Segurança Pública, organizações criminosas, diagnóstico, assessoria à investigação policial e ações, projetos e necessidades do setor. “A segurança pública é um dos maiores problemas atuais do Brasil e a sua melhoria passa pela integração de informação, modernização de sistemas e procedimentos e o uso da inteligência estratégica”.
Atualmente existem no país 1.900 agências de segurança pública envolvendo 10 mil policiais em diversas esferas, porém uma das principais dificuldades está na gestão do fluxo de informação. “A conversa entre essas agências é fundamental para que tenhamos ações eficientes para combater as organizações criminosas”.
Ramos alerta que o crime organizado está amparado por informação e tecnologia, e na atualidade assumiu status empresarial. “O Primeiro Comando da Capital (PCC), por exemplo, possui mais de 36 mil membros e atua em todos os estados brasileiros. O crime organizado possui serviços terceirizados profissionais, como advogados e contadores, e usa a tecnologia para estruturar o seu ‘negócio’”.
Diante do posto, o palestrante reforçou a importância da segurança pública em, além de integrar os seus dados e ampliar o fluxo de informação, investir esforços no planejamento estratégico. “Assim, as polícias estariam atuando de maneira preventiva junto ao problema e não apenas na consequência, que é a maneira como atuamos neste momento”.
A eficiência no combate ao crime organizado envolve fatores humano e tecnológico. Para ilustrar as contribuições tecnológicas a serviço das instituições públicas, a Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina trouxe para o evento uma estrutura que simula, virtualmente, o treino de tiro ao alvo. O espaço, montado em frente ao Centro de Cultura e Eventos, poderá ser utilizado apenas pelos participantes durante os três dias de evento e tem por objetivo divulgar a relação entre ciência, pesquisa e tecnologia com as instituições públicas.
O pró-reitor de Pesquisa da UFSC, Sebastião Roberto Soares, citou a tecnologia durante o seu discurso de abertura e frisou a necessidade de mais investimentos para a pesquisa científica desenvolvida nas universidades, em especial às catarinenses. “Se trata de um exemplo nítido de que o desenvolvimento da tecnologia auxilia as instituições públicas. Esse caminhão com estande de tiro virtual é pura tecnologia e pesquisa que, aplicada à sociedade e aos órgãos de segurança, diminui os seus custos, melhora a competência dos nossos agentes da segurança pública e que mostra, também, uma grande participação da academia junto com a sociedade na busca de soluções. É um pequeno exemplo de ações tecnológicas desenvolvidas, certamente dentro de uma universidade, que colaboração com a segurança pública”.
A Constituição Catarinense, em seu Artigo 193, e a Lei n° 14.328, no Artigo 26, regulamentam o destino de 2% das receitas do estado para a pesquisa científica e tecnológica. O assunto foi levantado por Sebastião, durante o evento. “Tem-se investido menos de 0,3% do que está na Lei, porém a maioria da pesquisa que acontece no Brasil nasce nas universidades. É preciso envolver as instituições de ensino e os órgãos em uma parceria que visa aumentar a aplicação de recursos na pesquisa. Esse evento mostra o interesse dos órgãos de segurança pública em busca de melhorias, aprimoramento de seus processos e mecanismos, envolvendo ciência e tecnologia neste processo”.
Para João Arthur de Souza, coordenador do Seminário, as soluções de baixo risco envolvem metodologia científica, técnicas de investigação e ferramentas tecnológicas. “É importante ver tantas pessoas envolvidas na interação entre a produção acadêmica e as ações de segurança pública, a qualidade do que está sendo feito aqui se refletirá na comunidade. Só conseguiremos uma segurança pública eficaz se compartilharmos e interagirmos com a ciência e a tecnologia”.
Alceu de Oliveira Pinto Júnior, secretário de estado de Segurança Pública, aproveitou o momento para enfatizar as ações realizadas na área. “Ações de curto, médio e longo prazo foram traçadas envolvendo inteligência, tecnologia, inovação e valorização profissional. A integração entre as forças armadas e o investimento em tecnologia nas áreas operacionais e de inteligência das polícias contribuiu para a redução de taxas de homicídio e roubos e com o aumento nos índices de apreensão de drogas e armas”.
Neste contexto, o Seminário mostra a importância de aliar ciência, pesquisa e tecnologia às atividades de segurança pública. Como indagação, o delegado Romano provocou os presentes quanto à maneira de atuação das forças de segurança pública, técnicas tradicionais de investigação, produção estratégica de conhecimento com base em dados e o papel dos órgãos de segurança pública.
Como sugestão ao combate ao crime organizado, Romano sugere o engajamento da sociedade e dos poderes, compartilhamento e cooperação, ação especializada e forças tarefas, continuidade das ações, investimento na solução das causas (prevenção primária) e cada um fazer a sua parte.
Mais
Realizado pelo Departamento de Engenharia e Gestão do Conhecimento (EGC/UFSC) e pela Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina (Diretoria de Formação e Capacitação – DIFC/SSP/SC), o V Seminário Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Segurança Pública (Sicti) abordou, este ano, a ‘Inteligência Policial e Combate ao Crime Organizado’.
O objetivo é promover discussões interinstitucionais envolvendo policiais, profissionais e representantes de organizações públicas e privadas, bem como, pesquisadores nacionais e internacionais, totalizando 26 palestrantes e painelistas e 350 participantes vinculados a instituições que atuam direta ou indiretamente no setor da Segurança Pública, de Ensino Superior, Pesquisa e Desenvolvimento.
Diversos trabalhos acadêmicos foram apresentados durante o evento, cuja missão é estimular e integrar as pesquisas acadêmicas e tecnológicas voltadas à Segurança Pública, com foco na Ciência, Tecnologia e Inovação, fortalecendo a missão de promover o desenvolvimento científico e tecnológico dos profissionais e das instituições de segurança pública do país.
(UFSC, 28/06/2018)
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