A notícia de que a Prefeitura de Florianópolis estuda implantar uma taxa de turismo agradou o setor turístico. Empresários e representantes da comunidade, inicialmente, mostraram-se apreensivos. Pouco a pouco, porém, os benefícios ganharam espaço na argumentação e a cidade parece estar mais aberta à proposta.
O otimismo se resguarda, entre outros aspectos, no exemplo de Bombinhas. Lá, apesar da cobrança, o fluxo de turistas manteve-se em alta, o comércio continuou faturando e o município conseguiu realizar diversas melhorias ambientais com o dinheiro da taxa. Melhorias que chegaram até mesmo a impactar na saúde da população.
Em Florianópolis, o recurso levantado com a cobrança também é o principal motivo para que a comunidade esteja aberta à proposta. Fernando Willrich, vice-presidente da Fecomércio SC (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), por exemplo, se mostra simpático à cobrança.
Willrich acredita que a taxa tende a trazer dois tipos de benefício. O primeiro é atrair e reter turistas de poder aquisitivo mais alto. O segundo benefício é levantar fundos para melhorias na cidade. Essas melhorias atrairiam novos turistas e melhorariam a qualidade de vida dos próprios moradores. “A cidade carece de melhorias estruturais, desde preservação até o aproveitamento das áreas ambientais e turísticas. A taxa poderia mudar essa realidade”, opina Willrich, considerando que a Fecomércio ainda espera o estudo da prefeitura para emitir uma opinião oficial.
Desafios para a implantação
Humberto Freccia Netto, presidente do Convention & Visitors Bureau (entidade que também não tem posição oficial sobre o assunto), ressalta que em toda essa discussão o mais importante será definir o destino e o uso do dinheiro. O receio dele é que a taxa se torne mais uma cobrança pública, sem retorno à população. “Tem que ser usado diretamente na melhoria para o meio ambiente e turismo. Temos o exemplo positivo da Lagoa do Peri. A lagoa recebeu uma infraestrutura muito boa recentemente e, por isso, se tornou um polo de visitação que antes não era muito aproveitado. Florianópolis precisa ter mais locais assim”, exemplifica.
Luciano Pinheiro, presidente da Acif (Associação Comercial e Industrial de Florianópolis), faz coro à preocupação com o destino do dinheiro, mas acrescenta também os desafios para implantação. Pinheiro ressalta que Florianópolis é uma capital e de perfil muito diferente de Bombinhas, tornando muito mais difícil implementar uma taxa apenas para visitantes. “Nossa complexidade urbana vai demandar muito esforço e estudo. É importante que haja muita discussão nos fóruns apropriados e fique claro onde cada centavo será utilizado”, diz.
(Veja Matéria completa em ND, 03/05/2018)
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