O governo do Estado ainda não confirmou, mas dificilmente a restauração da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, será concluída em dezembro. Enquanto isso a data divulgada é o fim do ano, mas as obras de acesso para a primeira ligação entre a Ilha e o Continente não saem do papel. O projeto para a utilização da ponte metálica e dos acessos é elaborado pelo Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis) com a colaboração da Suderf (Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Florianópolis). A ideia inicial é utilizar a estrutura para o deslocamento de pedestres e ciclistas nos primeiros meses. A divulgação deve ocorrer a partir do dia 13 de maio.
O diretor da região metropolitana do Ipuf, o arquiteto e urbanista Michel Mittmann, informou que os projetos estão sendo finalizados. “Muitos são de conectividade e estão previstas ações voltadas para pedestres e ciclistas, muitos de pintura, que independem até de grandes financiamentos. Existem outros projetos para o transporte coletivo que envolvem a criação de corredores exclusivos para ônibus. Estamos com vários projetos e estudando as suas eficiências para saber qual será executado primeiro”, explicou.
Mittmann afirmou que existem recursos da Caixa Econômica Federal, de pequena monta, e o prefeito Gean Loureiro (PMDB) também prometeu alocar mais verbas. O diretor do Ipuf contou que inicialmente as obras serão mais simples, como a aplicação dos programas para dar mais espaço para os pedestres nas calçadas e também para os ciclistas.
“Inicialmente, a ponte Hercílio Luz deve ser utilizada para pedestres e ciclistas e teremos gatilhos para implementar o transporte coletivo. O observatório de mobilidade da UFSC [Universidade Federal de Santa Catarina] deve fazer este monitoramento e quando cair o número de pessoas utilizando a estrutura daremos início às primeiras linhas do transporte coletivo. Os veículos devem ser os últimos a passarem, provavelmente, em horários específicos”, concluiu. Mittmann antecipou que nenhum dos projetos prevê a utilização do Parque da Luz, na cabeceira insular da ponte Hercílio Luz.
Ilha precisa de melhorias para ônibus e Continente para pedestres e ciclistas
Na próxima semana, técnicos do governo do Estado e da Prefeitura de Florianópolis farão uma reunião de governança para acertarem os últimos detalhes para a apresentação dos projetos de acesso e de utilização da ponte Hercílio Luz para a comunidade. O diretor da região metropolitana do Ipuf, Michel Mittmann, informou que as obras serão diferentes na Ilha e no Continente.
“A Ilha receberá mais modificações na ordem de reserva de espaços para os ônibus. Precisaremos melhorar as calçadas e criaremos corredores exclusivos, porque muita gente vai descer do coletivo antes de chegar ao terminal. Vamos retirar algumas vagas de estacionamento, que será mais uma operação do que uma grande obra”, afirmou. “No Continente vamos trabalhar nas sobras viárias, em grandes canteiros que serão os novos arranjos, além da inserção de semáforos. A obra mais pesada será a reestruturação do viaduto John Kennedy, que precisa receber ciclistas e pedestres também”, detalhou.
Mittmann ainda destacou que a velocidade média dos veículos nas saídas da ponte deve ser de 40 km/h. A ideia é que a passagem da ponte seja de velocidade mais controlada. “A ponte está sendo considerada como mais uma rua da cidade e, não, uma via expressa. O planejamento é em longo prazo, mas utilizando os recursos de forma mais inteligente, resignificando a estrutura existente”, completou.
Segundo o arquiteto, todos os carros que cruzam as pontes (Colombo Salles e Pedro Ivo) diariamente formariam uma fila de 900 quilômetros. Caso esses motoristas fossem colocados em ônibus, a fila seria de 90 quilômetros.
(Veja Matéria completa em ND, 24/04/2018)
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