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Por Joaquim Nóbrega Jr, consultor de administração, coordenador de projetos e colaborador do FloripAmanhã.

A ONU Brasil divulgou, em 10/4/2018, o relatório “Tendências Globais no Investimento em Energias Renováveis 2018”, elaborado pela ONU Meio Ambiente em colaboração com a Escola de Finanças e Administração de Frankfurt e a empresa Bloomberg New Energy Finance.

De acordo com o documento, os custos decrescentes da energia solar e, em certa medida, da energia eólica, continuam impulsionando o aumento de investimentos nestas áreas.

O ano passado foi o oitavo consecutivo no qual o investimento mundial em energias renováveis excedeu US$ 200 bilhões. Desde 2004, o mundo investiu US$ 2,9 trilhões nestas fontes de energia.

Em 2017, os investimentos em energia solar foram 18% maiores que no ano anterior, atingindo o montante de US$ 160,8 bilhões, valor maior que o investido em qualquer outra tecnologia. Isto representa 48% de todo o investimento realizado em energia limpa.

A China foi responsável pelo maior avanço, com um aumento de 58% em relação ao que foi investido no ano anterior – US$ 86,5 bilhões ou 53 gigawatts (GW).

No Brasil, o investimento em 2017 foi de 6,2 bilhões ou 10% mais que em 2016. No país, cada 1 GW de energia solar fotovoltaica é capaz de abastecer 500 mil residências ou o consumo de 2 milhões de pessoas.

Segundo representantes dos setores acadêmico, produtivo e governos, apontam o desafio político como o maior obstáculo para expandir a energia solar no Brasil, cuja capacidade poderá chegar a 30 mil GW – 200 vezes a capacidade instalada em 2016, de 143 GW.

O nível atual de geração de energias renováveis corresponde a aproximadamente 1,8 gigatoneladas de emissões de dióxido de carbono, o que equivale às emissões produzidas por todo o sistema de transportes dos Estados Unidos.

Além disto, os investimentos em energias renováveis atraem mais pessoas para a economia, oferecem mais empregos e trabalhos de melhor qualidade e remuneração.

Até 2024, segundo a Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) 1,2 milhão de geradores deverão ser instalados em casas e empresas brasileiras, representando, no total, 15% da matriz energética.

Um ranking nacional de produção de energia solar fotovoltaica, desenvolvido pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) indica que o Estado de Minas Gerais lidera com 50,7 MW ou 24,3% da potência instalada no país, seguido pelo Rio Grande do Sul (30,2 MW e 14,5%), São Paulo (26,8 MW e 12,8%), Ceará (12,8 MW e 6,2%) e Santa Catarina (12 MW e 5,8%).

A CELESC, em Santa Catarina, lançou há pouco tempo o Projeto Bonus Fotovoltaico, parte do seu Programa de Eficiência Energética, que oferece bônus de 60% na aquisição de um sistema fotovoltaico, beneficiando inicialmente mil residências. A energia não utilizada é convertida em créditos para o cliente, que pode ter uma economia de até R$ 2 mil por ano.

Santa Catarina, que também tem investimentos significativos em produção de energia eólica, tem o desafio de acompanhar a corrida mundial pela geração de energia limpa, tendo em vista que a sustentabilidade ambiental é um dos requisitos que favorecem a atração de investimentos para o seu desenvolvimento socioeconômico.   

Vale salientar que a crescente adoção de veículos híbridos e elétricos exigirá uma infraestrutura de produção de energia limpa para que se alcance todos os benefícios que se pretende com estas novas tecnologias.

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