Com o objetivo de dar mais prioridade aos pedestres, a Prefeitura de Florianópolis lançou na tarde desta terça-feira (20) a ação “Cidade para as pessoas”, que contempla três programas de valorização de quem anda a pé pela Capital. Entre as propostas estão o incentivo e regramento dos parklets, o uso de pintura nas ruas como forma de ampliar as calçadas e as novas regras de padronização das calçadas.
De acordo com o superintendente do Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis), Ildo Rosa, a proposta é humanizar mais a cidade. “São novos conceitos, que serão um divisor de água para transformar a cidade”, afirma.
Para o prefeito Gean Loureiro (PMDB), as ações não devem ficar só no Centro. “Essas zonas voltadas para pedestres mostram que essa ocupação é muito mais vantajosa do ponto de vista econômico para a cidade e trazem uma característica mais aceitável para a população, que vai ao encontro desses epaços públicos até então abandonados”, diz.
Os projetos devem estimular os deslocamentos a pé e contribuir com a mobilidade urbana na cidade. “Queremos dar um passo novo em um planejamento que recoloque a variável principal em primeiro lugar, que são as pessoas. Elegemos o pedestre como o primeiro protagonista. Hoje temos muito espaço para o carro, pouco para o pedestre e quase nenhum para a bicicleta”, afirma o diretor da Região Metropolitana do Ipuf, Michel Mittmann.
Para o gestor de negócios da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Florianópolis, Hélio Leite, planejar a cidade é essencial para se pensar no futuro e na mobilidade de Florianópolis. “Nossos centros históricos têm sido degradados ao longo de muitos anos e a gente precisa recuperar essa nossa memória e cultura porque são a expressão viva dos nossos costumes e da nossa gente”, destaca.
Pedestres e ciclistas primeiro
De acordo com Michel Mittmann, do Ipuf, hoje os espaços de Florianópolis são divididos da seguinte forma: 0% das áreas para ciclistas, 36% para pedestres e 63% para ruas e estacionamentos. A expectativa da prefeitura é, com estes projetos, elevar a área para ciclistas para 3,7% e a de pedestres para 48%, diminuindo os espaços para carros para 47%. “Isso é a ressignificação do espaço público. Começaremos pelo mais frágil, que é o pedestre”, explica.
Os projetos terão custo baixo (no caso do +Pedestres) ou praticamente nulos para a prefeitura, como os parklets e a calçada certa. O papel do Ipuf e dos órgãos envolvidos da prefeitura será o de orientar, aprovar e fiscalizar a execução dos parklets e das novas calçadas – que são de responsabilidade de cada morador ou comerciante.
No caso do +Pedestres, a prefeitura está em fase final de elaboração do primeiro projeto que será executado, entre as ruas Álvaro de Carvalho e Esteves Júnior, no Centro. Um teste já foi feito próximo à sede do Ipuf, entre as ruas Felipe Schmidt e Almirante Lamego. Ali, houve uma pequena extensão do passeio, com o asfalto pintado de verde.
(Veja Matéria completa em ND, 20/03/2018)