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Florianópolis se mantém como a cidade mais cara para comer fora de casa, segundo pesquisa

Florianópolis aparece, pelo segundo ano seguido, como a cidade com o preço médio mais caro da refeição fora de casa entre os 51 municípios pesquisados pelo Datafolha para a Associação Brasileira das Empresas de Benefício ao Trabalhador (ABBT). Apesar de liderar em 2017, levando em conta a variação em relação a 2016 e o acumulado da inflação no ano passado, a Capital catarinense registrou queda nos números.

O levantamento de Preço Médio da Refeição é feito desde 2003 com restaurantes e lanchonetes que aceitam auxílio-refeição como forma de pagamento, sendo referência as empresas reajustarem os benefícios.

No ano passado, pela pesquisa, quem vive em Florianópolis desembolsou em média R$ 40,85 para uma refeição completa, que inclui prato, bebida não alcoólica, sobremesa e café na hora do almoço. Na outra ponta, Campo Grande (MT) teve o menor valor: R$ 26,23. A média leva em conta as médias de quatro modalidades de refeições: comercial, autosserviço, executivo e a la carte.

Outras duas cidades catarinense são incluídas no levantamento: Blumenau, com preço médio de R$ 37,81, e Joinville, com R$ 33,29.

Associações divergem sobre resultados

De acordo com o IBGE, que calcula a inflação, houve queda de 4,85% nos preços dos alimentos consumidos em casa, mas a alimentação fora se manteve em alta (3,83%) no ano. A diretora-presidente da ABBT, Jessica Srour, pontua que o aumento dos custos com água, energia elétrica e gás de cozinha, entre outros itens, colabora para que o preço repassado ao consumidor em restaurantes seja mais alto. Ela também diz que o resultado da pesquisa reforça que cidades turísticas, como Florianópolis, normalmente já têm preços mais altos e que este seria um dos principais fatores para a liderança no ranking.

– Floripa geralmente recebe muitos turistas estrangeiros e, em cidades turísticas, (o custo) fica mais inflacionado. No Rio de Janeiro não se observa tanto neste momento, pela situação que eles estão vivendo, de crise econômica e na segurança – pondera Jessica.

O presidente da seção catarinense da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel SC), Raphael Dabdab, discorda em vários pontos. Ele faz ressalvas à pesquisa, que, na visão dele, mistura segmentos de refeições diferentes para fazer uma média, visita quantidade insuficiente de estabelecimentos e não mostra a realidade que se vê nas ruas.

– Com facilidade se consegue uma boa refeição por valor muito inferior a R$ 40. Primeiro, porque tem grande disponibilidade de estabelecimentos em Florianópolis, proporcionalmente maior do que outras capitais do Sul e do Sudeste – defende.

Dabdab reconhece que comer fora não é barato, mas sustenta que a situação envolve muito mais a uma percepção por conta da crise econômica.

– Claro que o consumidor se identifica com o que a pesquisa diz, mas porque o dinheiro está valendo menos com a crise. E o empresário se identifica porque o dinheiro dele também está valendo menos. Ele precisa muito mais do que precisava antes para pagar a matéria-prima, os custos da operação – argumenta Dabdab.

Preço médio teve aumento real em Blumenau, mas registrou queda em Florianópolis e Joinville

Ao comparar com a pesquisa de 2016 e considerar a inflação acumulada de 2017, Blumenau teve aumento real no preço médio, enquanto Florianópolis e Joinville tiveram queda. O professor de Economia da Furb, Nazareno Schmoeller, diz que é preciso olhar os números da inflação em cada cidade.

– Observando a inflação, a de Blumenau nos últimos 12 meses foi de 1% a mais do que Florianópolis e Joinville e é bem possível que também possa ter havido uma recuperação da atividade talvez num ritmo um pouco mais rápido, “animando” os reajustes de preços por parte dos restaurantes. Entretanto, é possível que as pressões sobre os preços (subiram acima da inflação) forcem em Blumenau a estabilizar os preços, e Joinville e Florianópolis a recuperar os preços com mais vigor – analisa.

O especialista também destaca que as posições das cidades catarinenses no ranking estão de acordo com a economia de cada município: Florianópolis com um padrão salarial maior pelo funcionalismo público e por ser uma cidade turístico e Joinville, por ser maior, tem concorrência maior e um padrão de consumo um pouco diferente (pelo tipo de empregabilidade na indústria) em relação a Blumenau.

A pesquisa
Foi realizada em novembro e dezembro de 2017 com 5.273 preços pesquisados em 4.587 estabelecimentos que aceitam voucher de refeição, espalhados por 51 cidades. O levantamento foi conduzido pelo Instituto Datafolha, a pedido da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). O preço se refere a uma refeição completa, com prato, bebida não alcoólica, sobremesa e café.

Cidades pesquisadas
Belém, Manaus, Palmas, Maceió, Salvador, Fortaleza, São Luís, João Pessoa, Recife, Jaboatão dos Guararapes, Teresina, Natal, Aracaju, Brasília, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá, Vitória, Serra, Vila Velha, Belo Horizonte, Uberlândia, Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Macaé, São Paulo, Guarulhos, Diadema, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Barueri, Osasco, Taboão da Serra, Campinas, Santos, São José dos Campos, Jundiaí, Sorocaba, Ribeirão Preto, Curitiba, São José dos Pinhais, Porto Alegre, Canoas, Florianópolis, Joinville e Blumenau

Preço médio da refeição completa

Florianópolis
2016: R$ 43,53
2017: R$ 40,85
Variação -6,16%
Se corrigisse inflação seria R$ 44,81*

Blumenau
2016: R$ 35,94
2017: R$ 37,81
Variação 5,2%
Se corrigisse inflação seria R$ 37,00

Joinville
2016: R$ 34,33
2017: R$ 33,29
Variação -3,03%
Se corrigisse inflação seria R$ 35,34

*Correção pelo IPCA, com 2,95% de acúmulo entre janeiro e dezembro de 2017

Números nacionais

As cinco mais caras

Florianópolis R$ 40,85
Niterói (RJ) R$ 39,88
Aracaju (SE) R$ 39,43
Rio de Janeiro (RJ) R$ 38,97
Vila Velha (ES) R$ 38,82

Média brasileira R$ 34,14

As cinco mais baratas

Nilópolis (RJ) R$ 28,08
Diadema (SP) R$ 27,24
São José dos Campos (SP) R$ 27,19
São José dos Pinhais (PR) R$ 26,43
Campo Grande (MS) R$ 26,23

Preço médio por região

Norte R$ 32,77
Nordeste R$ 33,39
Centro-oeste R$ 32,87
Sudeste R$ 34,49
Sul R$ 33,48

Construção do preço médio

Média geral dos preços de prato: média de cada sistema de refeição (comercial, autosserviço, executivo e à la carte) pela unidade ou medida de 500g, conforme a modalidade
+
Média geral dos preços de bebida: uma lata de refrigerante de 350ml, uma garrafa de 500ml de água e suco
+
Média geral dos preços de sobremesa: sobremesa doce (unidade ou 200g) e fruta ou salada de frutas
+
Média geral dos preços de café: expresso e coado

Critérios de classificação dos sistemas de refeições

Á la carte
l Serve refeições no almoço e no jantar
l Serve refeições no sábado e/ou domingo
l Tem maitre/recepcionista, carta de vinhos ou serviço de vallet/manobrista/estacionamento próprio ou conveniado (com no mínimo cinco vagas disponíveis para clientes)

Executivo
l Serve refeições no almoço e no jantar
l Serve refeições no sábado e/ou domingo
l Tem maitre/ recepcionista, carta de vinhos ou serviço de vallet/manobrista/estacionamento próprio ou conveniado
l Tem opções de prato do dia, apresentado em um cartão ou encarte diferenciado no cardápio, com um preço mais acessível, durante os dias da semana

Autosserviço
l As várias opções de comida estão dispostas em um buffet
l O usuário escolhe quais tipos de alimentos vai colocar no prato e ele próprio se serve
l Estão incluídos os estabelecimentos que cobram por quilo (preço de 500g) ou preço fixo

Comercial
l Refeição com preço mais baixo, servida em estabelecimentos com instalações simples, já vem montada no prato, ao contrário do que ocorre em à la carte e em autosserviço
l Normalmente consiste em arroz, feijão, algum tipo de proteína e salada. Mas podem constar também: macarrão, farinha/farofa, batatas fritas ou ovo

(DC, 20/03/2018)

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