Para cada R$ 1 gerado pela economia brasileira, em 2015, foram consumidos, em média, seis litros de água. Em função de atividades como a irrigação, o setor agropecuário foi o que teve a maior demanda hídrica na geração de renda: 91,58 litros de água para cada Real produzido. Nas Indústrias de transformação e construção, o consumo proporcional foi de 3,72 litros/R$ e nas Indústrias extrativas, 2,54 litros/R$.
Em termos de consumo total desse recurso, o volume chegou a 30,6 bilhões de m3 no Brasil, nesse mesmo período. As atividades econômicas que registraram maior consumo foram a Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (com 77,6% do total); indústria de transformação e construção (11,3%); e Água e esgoto (7,4%).
Essas informações são da publicação Contas Econômicas Ambientais da água (CEAA), divulgada hoje pelo IBGE. Entre outros indicadores, o estudo, inédito no Brasil, mostrou também como foram o uso e os gastos com a água das famílias, principais responsáveis pelo uso de água de distribuição.
De 2013 para 2015, houve uma queda de 4,3% no uso de água de distribuição das Famílias e um aumento de 8,8% nos gastos. Em 2015, o uso de água per capita das famílias foi de 108,4 litros/dia e o custo médio de volume de água utilizada foi de R$ 2,35/m³.
Sobre as Contas da Água
As Contas Econômicas Ambientais da Água fazem um balanço entre a disponibilidade (quantitativa e qualitativa) de água e a demanda dos setores da economia, unificando em um mesmo sistema a parte monetária e o meio ambiente.
“Estudos como esse abastecem de informações os governantes, as universidades e a sociedade civil para que todos possam pensar em como usar de forma eficiente a água. Porque esse bem natural, dependendo do uso, pode se extinguir”, comenta o analista da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Michel Lapip.
A CEAA está alinhada a uma metodologia internacional desenvolvida pela Divisão de Estatísticas das Nações Unidas. E o Brasil foi um dos primeiros países a realizar esse projeto.
“A nossa intenção é continuar desenvolvendo as contas da água e também partir para outras contas ambientais. Vamos começar a olhar as contas de energia, de florestas e dos ecossistemas”, comenta a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
As Contas Econômicas Ambientais da Água são o resultado de uma cooperação entre o IBGE, a Agência Nacional de Águas (ANA) e a Secretaria de Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente do Ministério do Meio Ambiente (SRHQ/MMA), com o apoio técnico da Secretaria de Biodiversidade (SBIO) do MMA e da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.
Repórter: Mônica Marli
Imagem: Licia Rubinstein
Arte: Gráficos adaptados do informativo Contas econômicas ambientais da água: Brasil 2013-2015, produzido pelo IBGE/CDDI/GEDI
(IBGE, 16/03/2018)
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