A Biblioteca Universitária (BU) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) traz até agosto a exposição “Raras: por quê?”. A ideia é divulgar o setor de obras raras da BU, que traz títulos do acervo de acordo com critérios selecionados para ser considerado uma obra rara. São cerca de 4 mil obras, entre brasileiras, estrangeiras e catarinenses.Para ser considerada rara, a bibliotecária Joana Carla Felício explica que a obra precisa ter alguma característica específica, como um autógrafo renomado, uma dedicatória, encadernação de luxo ou questões cronológicas. “Pode ser também pelo número de tiragens como, por exemplo, a obra ser limitada a mil exemplares, pode ser de formato artesanal, ilustrada ou que marcaram a nossa história, como a revista Sul, que circulava no século 20”, completa.
O Plano Nacional de Obras Raras (Planor) foi criado 1983 pela Portaria nº 19 da Secretaria da Cultura, do então Ministério da Educação e Cultura. Seguindo esse plano, a BU divide o setor em três coleções, a linha do Planor e outros critérios incorporados pela biblioteca, inserindo a Coleção Especial de Raridades (CER) e a Coleção Especial Raridades Catarinenses (Cerc).
“Durante o ano de 2015, a equipe fez um projeto de digitalização do acervo, porém a máquina de scanner estragou e estamos com dificuldade de fazer a manutenção por causa do valor. Mesmo sem a parte de digitalização, tentamos levar o projeto em outras etapas, como a higienização, o inventário, as escolhas que definem porque ela é rara ou revisamos se há obras duplicadas”, conta Joana.
A exposição contou com ajuda da museóloga Lúcia Valente e a bibliotecária Gleide Bitencourte José Ordovás. Além disso, o setor trabalha em parceria com alunos da universidade, como o curso de Arquivologia, onde os estudantes aproveitam o acervo para pesquisa ou a transcrição paleográfica.
Periódico O Catharinense. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC
Um exemplo exposto é O Catharinense, o primeiro exemplar do periódico publicado em 28 de julho de 1831, em Desterro (Florianópolis). Seu fundador foi Jerônimo Coelho, considerado o Patrono da Imprensa Catarinense, por ter publicado o primeiro jornal do estado.
A revista Sul foi publicada pelo Grupo Sul, de 1948 a 1957, e principal veículo de disseminação das ideias modernistas em Santa Catarina. Representantes do modernismo catarinense, o grupo, também denominado Circulo de Arte Moderna (CAM), pretendia democratizar e “popularizar” as manifestações artísticas nas suas diversas expressões como teatro, literatura, artes plásticas, cinema e outas.
(UFSC, 13/03/2018)
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