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Confira entrevista com o presidente da Academia Brasileira de Qualidade (ABQ)

Da Coluna de Estela Benetti (DC, 22/11/2017)

Qualidade, inovação e indústria 4.0 serão destaque em seminário promovido pelo ExcelênciaSC, UFSC e Academia Brasileira de Qualidade (ABQ) hoje no Sesc Prainha, na Capital, a partir das 16h15min. O presidente da ABQ, Basílio Vasconcelos Dagnino, vai coordenar um painel. Os palestrantes serão Cleverson Siewert (Celesc), Helmuth Berger (Ultragás), André Líbio (Embraco) e Moacir Marafon (Softplan). Dagnino tem ampla atuação na área de qualidade no país. Confira entrevista:

Os avanços tecnológicos mudam os desafios das organizações. Como enfrentar isso?
A digitalização e seus desdobramentos como a inteligência artificial, a Indústria 4.0 (já se fala na 5.0!), os consumidores empoderados pelas redes sociais, a internet das coisas, as impressoras 3D e outros avanços vão requerer cada vez mais um modelo de gestão mais abrangente e ágil para enfrentar os desafios da tecnologia e da economia disruptiva. O Mundo Vuca, com cada vez mais volatilidade, incerteza (uncertainty), complexidade e ambiguidade, fará com que as organizações tenham que ter cada vez mais uma preocupação em assegurar seu desenvolvimento.

As empresas brasileiras estão maduras para implantar modelos de gestão da qualidade?
A resposta é afirmativa para as grandes empresas nacionais e multinacionais. Para as MPEs, por vezes a preocupação com a sobrevivência faz com que a implantação da gestão da qualidade não seja priorizada. Falta muitas vezes a percepção de que, num mercado cada vez mais competitivo, um diferencial importantíssimo é a qualidade, desde a percepção das necessidades e expectativas dos clientes, passando pela produção ou prestação de serviço, até o monitoramento da sua satisfação.

Há diferenças na implantação de políticas de qualidade entre indústria, comércio e serviços?
Com o avanço dos conceitos de sustentabilidade e em particular da economia circular, cada vez mais as indústrias tendem a se transformar em prestadoras de serviço, desaparecendo portanto essa segmentação. Exemplo dessa diferença que conheci na Holanda foi o da Philips, que vem se transformando de fábrica de lâmpadas para empresa que, por exemplo, no Aeroporto de Schiphol, Amsterdam, projeta, instala, mantém e moderniza toda a iluminação das instalações. Por enquanto, as principais diferenças são que o serviço é prestado em tempo real, e o contato direto entre as pessoas (ou por máquinas que conversam entre si).

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