O mar nunca esteve tão próximo da SC-406, no Morro das Pedras, em Florianópolis, como nas últimas semanas. Devido ao impacto da força das águas, já é possível observar desníveis em alguns trechos da rodovia, especialmente no acostamento mais próximo à praia do Caldeirão. Pesquisadores garantem que, caso a condição de ressaca e maré (astronômica e meteorológica) se prolonguem nos próximos dias, a única rodovia que conecta a Armação ao Campeche poderá ruir em até três semanas.
Especialista em estruturas, o engenheiro e professor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) José Nuno Amaral Wendt explica que o processo de erosão será acelerado se as ondas atingirem o asfalto da SC-406. De qualquer forma, o pesquisador acredita ser questão de tempo para a rodovia desabar.
— Se houver risco de a rodovia ser atingida diretamente pelo mar, pode causar erosão. A rodovia é feita com aterro, que ficará comprometido nesse caso. O que estraga a estrada é sempre a água, independente de onde venha — contextualiza.
O coordenador do curso de engenharia civil da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Glicério Trichês, também tem diagnóstico alarmante sobre aquele ponto da SC-406. Ele esteve no local há pouco mais de duas semanas, fotografou o costão e levou a temática para debate em sala de aula. Comparativamente à situação atual, o estudioso em rodovias, projeto e construção acredita que o mar tenha avançado cerca de quatro metros no período.
— Mantidas as condições de ressaca, de forma observacional é possível deduzir que de duas a três semanas o mar alcance o início do aterro que suporta a estrutura da rodovia, podendo-se iniciar na região um processo de ruptura do revestimento asfáltico devido à instabilidade — explica.
O meteorologista Leandro Puchalski salienta que o movimento do mar é guiado por fatores astronômicos e meteorológicos. Na avaliação dele, a situação do Morro das Pedras e de outras praias catarinenses é mais influenciada pelo primeiro aspecto somado a condições oceanográficas.
— Meteorologicamente, boa parte da semana é tranquila. A maré sobe um pouco na quinta, mas em torno de 1 a 1,5 metros. Nesses últimos dias, já tivemos efeitos meteorológicos fazendo o mar reagir, mas não suficiente para manter tanto tempo esta situação — deduz.
Além de deixar isolada as comunidades do Sul da Ilha, a interdição da SC-406 pode impactar o abastecimento de água da região. Isso porque uma adutora da Companhia Catarinense Águas e Saneamento (Casan) passa por baixo da rodovia.
Obras emergenciais
Intervenções capazes de minimizar os impactos da ressaca e da maré alta no local devem ser analisadas pelo poder público, conforme os engenheiros civis José Nuno Amaral Wendt e Glicério Triches. Enrocamento (maciço composto por blocos de rocha ou cimento compactados), muro de contenção e canaletas que contornam a rodovia estão entre as opções indicadas pelos pesquisadores.
— Quando costumam acontecer esses casos de rio ou mar causar erosão no aterro das estradas, existem formas de fazer obras de proteção. Mas se a água ainda não está batendo no corpo da estrada, a obra não está sendo necessária — pondera Wendt.
Na visão de Trichês, no entanto, a urgência é maior. O especialista acredita que o enrocamento seja a solução mais adequada. Ele explica o funcionamento da obra, que é capaz de minimizar o impacto da força das ondas e, portanto, interromper o processo de erosão — desde que construído com base na morfologia original do costão.
— Tem que ser um enrocamento com pedras de menor tamanho para minimizar o retorno de sedimentos. O projeto deve prever a colocação de um geossintético na parte interna do muro, que é como um filtro de café que atua para que o retorno das ondas não traga novos fragmentos de rochas. Uma areia para confinar também é necessária, para amortizar a chegada da onda naquela parede descoberta — indica.
A estimativa de Trichês é que a estrutura tenha pelo menos 650 metros e custe cerca de R$ 3 milhões aos cofres públicos.
(DC, 04/10/2017)
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. O cookie é usado para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Analíticos". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 meses | Este cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent. Os cookies são usados para armazenar o consentimento do usuário para os cookies na categoria "Necessários". |
viewed_cookie_policy | 11 meses | O cookie é definido pelo plugin GDPR Cookie Consent e é usado para armazenar se o usuário consentiu ou não com o uso de cookies. Ele não armazena nenhum dado pessoal. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
collect | sessão | Usado para enviar dados ao Google Analytics sobre o dispositivo e o comportamento do visitante. Rastreia o visitante através de dispositivos e canais de marketing. |
CONSENT | 2 anos | O YouTube define este cookie através dos vídeos incorporados do YouTube e regista dados estatísticos anônimos. |
iutk | 5 meses 27 dias | Este cookie é utilizado pelo sistema analítico Issuu. Os cookies são utilizados para recolher informações relativas à atividade dos visitantes sobre os produtos Issuuu. |
_ga | 2 anos | Este cookie do Google Analytics registra uma identificação única que é usada para gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
_gat | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para limitar a taxa de solicitação. |
_gid | 1 dia | Usado pelo Google Analytics para distinguir usuários e gerar dados estatísticos sobre como o visitante usa o site. |
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
IDE | 1 ano 24 dias | Os cookies IDE Google DoubleClick são usados para armazenar informações sobre como o usuário utiliza o site para apresentá-los com anúncios relevantes e de acordo com o perfil do usuário. |
mc .quantserve.com | 1 ano 1 mês | Quantserve define o cookie mc para rastrear anonimamente o comportamento do usuário no site. |
test_cookie | 15 minutos | O test_cookie é definido pelo doubleclick.net e é usado para determinar se o navegador do usuário suporta cookies. |
VISITOR_INFO1_LIVE | 5 meses 27 dias | Um cookie colocado pelo YouTube para medir a largura de banda que determina se o usuário obtém a nova ou a antiga interface do player. |
YSC | sessão | O cookie YSC é colocado pelo Youtube e é utilizado para acompanhar as visualizações dos vídeos incorporados nas páginas do Youtube. |
yt-remote-connected-devices | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt-remote-device-id | permanente | O YouTube define este cookie para armazenar as preferências de vídeo do usuário usando o vídeo do YouTube incorporado. |
yt.innertube::nextId | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |
yt.innertube::requests | permanente | Este cookie, definido pelo YouTube, registra uma identificação única para armazenar dados sobre os vídeos do YouTube que o usuário viu. |