Tem crescido nos últimos dias as críticas à falta de sincronização dos semáforos em Florianópolis. Não é raro encontrar, nas ruas ou nas redes sociais, motoristas insatisfeitos com o aumento das filas. Isso acontece ou pela existência de sinais intermitentes ou pela própria falta de harmonia entre o tempo de abertura e o de fechamento de sinais próximos. Na manhã desta terça-feira, a região da Grande Florianópolis tinha 18 quilômetros de lentidão às 9h15min, segundo o monitoramento em tempo real do MapLink. Na Beira-mar Norte, uma das avenidas mais prejudicadas pela dessincronização, a fila se estendia desde a Ponte Hercílio Luz até o CIC, no sentido Centro. Diante disso, o DC responde algumas perguntas sobre o tema.
Por que há muitos sinais dessincronizados ou intermitentes na cidade?
Desde o fim de junho, não há mais uma empresa terceirizada fazendo a gestão e a manutenção dos semáforos da Capital. No início da gestão de Gean Loureiro, foi feito um contrato emergencial, de duração de seis meses, com a empresa que já geria o sistema. O contrato acabou, e a prefeitura optou por não renová-lo, alegando questões financeiras e afirmando ser capaz de fazer ela mesma a gestão dos semáforos. Mas hoje, segundo o secretário Nelson Gomes Júnior à rádio CBN Diário, a prefeitura nem sequer sabe quantos dos equipamentos estão estragados na cidade.
Quem faz a sincronização dos semáforos atualmente?
São cerca de dez funcionários da própria prefeitura, porém de forma manual, ou seja, eles precisam se deslocar até o semáforo para resolver qualquer problema. Antes, a empresa que gerenciava os equipamentos atuava em uma central de controle, de onde podia, remotamente, consertar um sinal em amarelo piscante, por exemplo, ou mudar a sincronia dos semáforos, sem a necessidade de deslocamento. Agora, os trabalhadores da prefeitura trocam lâmpadas queimadas e acompanham o tempo de cada sinaleira, porém sem a mesma eficiência que havia antes.
Por que a empresa que fazia foi dispensada?
A dispensa foi uma opção da prefeitura, em função do valor da renovação do contrato emergencial. O custo mensal era de aproximadamente R$ 170 mil. Após a adoção do novo sistema, a prefeitura alega que não terá mais esse custo. Ainda segundo a administração municipal, não há uma previsão do quanto vai ser gasto com a licitação, pois tudo vai depender do valor das propostas.
A sincronia dos semáforos muda diariamente? É fixa?
Hoje, segundo a prefeitura, ela é fixa. No caso da Avenida Beira-Mar Norte, por exemplo, onde houve problemas hoje pela manhã, a orientação é no sentido centro-bairro. Isso significa que as aberturas e fechamentos de semáforos nessa via são programadas para dar vazão ao fluxo que sai do centro de Florianópolis. No entanto, há problemas na sincronia desses sinais com os de ruas adjacentes, como a Alves de Brito, por exemplo. Isso faz o fluxo trancar para quem acessa a avenida. Além disso, muitos semáforos têm ficado fora de operação (em amarelo piscante) na região, o que também impacta o movimento de veículos.
Quanto tempo demora para mudar a sincronia ou consertar um semáforo danificado?
Segundo a prefeitura, se for uma questão técnica e pontual, pode ser resolvida no mesmo dia.
Qual a previsão de o problema atual ser resolvido?
Na última semana, foi lançado um edital para a compra de equipamentos para a própria prefeitura fazer a gestão e manutenção dos semáforos. A previsão é de que os envelopes sejam abertos em 5 de outubro e que o novo sistema entre em operação no começo de novembro. Serão compradas câmeras, que ajudarão no controle do fluxo e na abertura ou fechamento do sinal, conforme a necessidade. O sistema terá um controle adaptativo em tempo real, o que significa que a temporização dos sinais não será mais fixa. Mas, segundo o secretário Nelson Gomes Júnior, só será instalado nas 30 sinaleiras mais importantes da cidade, que concentram a maior parte do fluxo.
Há previsão de ações emergenciais em casos como o desta terça-feira? Qual é o plano da prefeitura?
A Guarda Municipal, a pedido do prefeito, terá uma equipe de plantão para atuar em situações específicas, que estejam identificados problemas nos equipamentos e que demandem mais tempo para serem solucionados.
Nesses casos, os motoristas devem acessar qual órgão de trânsito? Há para quem reclamar?
As reclamações devem ser adereçadas à Guarda Municipal no telefone 156 ou à Diretoria de Operações de Trânsito, que atende no (48) 3251 4981.
(DC, 26/09/2017)
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