Mais acidentes, mortes, projetos de melhorias, reportagens na mídia e a situação da SC-401, caminho para o Norte da ilha, continua a mesma: sem solução. O perigo é para todos. Pedestres e ciclistas se arriscam diariamente em circular por uma rodovia urbana sem calçadas e ciclovias adequadas e os motoristas dirigem sobre pistas remendadas, com buracos e falta de iluminação. Este ano, três pessoas morreram na rodovia estadual mais movimentada de Santa Catarina. No último sábado, duas mulheres morreram no km 17,8, na subida do cemitério Jardim da Paz, após um carro bater na traseira da moto em que elas estavam.
Durante o ano passado foram mais de 500 acidentes e seis mortes na SC-401. O Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura) chegou a lançar edital e assinou um contrato com a EPC Construções em dezembro de 2016 para a revitalização da rodovia, mas até agora nada de a obra começar. O projeto prevê o recapeamento das pistas, drenagem, sinalizações, canaletas e obras complementares.
De acordo com o presidente do Deinfra, Wanderley Agostini, por conta da crise econômica não houve verba para começar a obra. “Estamos aguardando um refinanciamento com o Banco do Brasil para entregar a ordem de serviço e não haver descontinuidade”, diz, sem falar em datas. Assim que a obra começar ainda levará um ano para ficar pronta.
Para José Lélis de Souza, doutor em engenharia de transportes, a obra de R$ 34 milhões será apenas um paliativo frente aos enormes problemas da SC-401. Assim como outras rodovias que cortam o município, a 401 torna-se cada vez mais urbanizada e seu modelo deve ser repensado. Segundo Souza, há duas saídas: Estado e prefeitura poderiam optar por municipalizar a rodovia e, assim, permitir elementos urbanos como passagens de pedestres em nível, semáforos e redução de velocidade; ou permaneceria como rodovia, mas a prefeitura frearia o aumento de urbanização no local.
A proposta do Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis) é exatamente transformar a SC-401 em uma avenida compartilhada. A previsão inicial era de que essa realidade fosse possível para 2018, mas o calendário afasta cada vez mais essa possibilidade. De acordo com a Secretaria de Estado de Planejamento, o Norte da Ilha não é a prioridade do Plamus, que ainda se concentra na primeira fase do projeto, na ligação Continente-Ilha.
Municipalizar continuará um impasse
A possibilidade de municipalizar rodovias também é compartilhada pelo presidente do Deinfra, Wanderley Agostini. Segundo ele, há um estudo em fase final de um decreto, que será enviado à Casa Civil, que torna mais flexível a municipalização de rodovias estaduais a pedido dos prefeitos de cada cidade.
Leia na íntegra em Notícias do Dia Florianópolis, 08/05/2017.
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