Objetos de desejo de quem pretendia conquistar um imóvel, ter uma sede própria para a empresa em expansão ou apenas a má gestão do poder público. Independente da origem e do motivo, os esqueletos urbanos estão espalhados por Florianópolis. Na Ilha ou no Continente, essas construções inacabadas geram insegurança, medo e até risco de doenças. Em alguns casos viraram abrigos de pessoas em situação de rua e local para usuários de drogas. O aposentado Edson Luiz Simões, 48 anos, reside ao lado de uma obra inacabada e perdeu o sossego nas últimas duas décadas no bairro Estreito.
O código de posturas da Capital, criado pela lei 1.224/74, prevê no artigo 77 que os imóveis devem ser conservados em perfeito estado de limpeza e de higiene. Além disso, essas construções não devem causar prejuízo ao sossego, à salubridade ou à segurança dos seus vizinhos. A legislação também não permite conservar água parada nos quintais ou pátios dos prédios situados no município.
Infelizmente, isso não acontece na servidão Dona Floriana, no Estreito. Simões está cansado de flagrar usuários de drogas e pessoas em situação de rua no prédio abandonado à frente da sua casa. “O bloco era parte de um condomínio, mas a construtora faliu antes da conclusão dos últimos dois prédios. Reclamei com a prefeitura, mas a Comcap vem e limpa apenas a calçada. O problema aqui é de saúde e de segurança pública. Tem lixo, bichos e insegurança. É um ótimo esconderijo para ladrões”, lamentou.
Somente no Continente, o ND encontrou três prédios privados no “esqueleto”, sendo dois em completo abandono. Outros dois, que estão em construção há décadas, seguem em ritmo lento. Na Ilha, dois prédios públicos pararam na fase estrutural: o imóvel que deveria ser a sede da Resex (Reserva Extrativista) da Costeira do Pirajubaé, do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), na Via Expressa Sul, e a futura sede do Corpo de Bombeiros, no Sul da Ilha.
Deinfra vai reaproveitar fundações da sede do ICMBio
Na Via Expressa Sul, a construção da futura sede da Resex da Costeira do Pirajubaé está paralisada desde 2011. O prédio estava sendo construído pelo Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura) em função de uma compensação ambiental pela construção da rodovia Aderbal Ramos da Silva (Via Expressa Sul).
Leia na íntegra em Notícias do Dia Florianópolis, 29/05/2017.
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